Contra recessão, Obama negocia ampliação de limite da dívida dos EUA

Medo de moratória é usado como argumento para barrar impreitada da Casa Branca

Candidato a reeleição em 2012, Obama engajou-se pessoalmente na negociação (Foto: Larry Downing/Reuters)

São Paulo – Os Estados Unidos “nunca deixaram nem deixarão de pagar suas dívidas”, segundo o presidente do país, Barack Obama. A declaração foi feita nesta segunda-feira (11) em entrevista coletiva na Casa Branca, após encontro com lideranças dos partidos Republicano e Democrata do Congresso. Em questão está convencer os parlamentares a aumentar o teto da dívida dos EUA até dia 2 de agosto.

A medida é defendida pela administração Obama para garantir o pagamento de compromissos financeiros e manter o combate à recessão na maior economia do mundo. São necessários novos empréstimos para pagar parcelas da dívida que vencem agora. O presidente prometeu manter o engajamento pessoal na negociação com o Congresso para assegurar uma solução para a redução do déficit e o aumento do teto de empréstimo do país.

Atualmente o limite de endividamento é de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 23,2 trilhões) – ante um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 14,7 trilhões (R$ 23,4). O Brasil, por exemplo, deve R$ 1,7 trilhão para um PIB de R$ 3,7 trilhões. Proporcionalmente, enquanto o setor público dos EUA deve 92,3% de todas as riquezas produzidas em um ano, o Estado brasileiro fica limitado a 45%.

O dia 2 de agosto é apontado como data limite pelo secretário do Tesouro, Timothy Geithner. No fim de semana, ele clamou o Congresso a “agir” para evitar “danos catastróficos à economia americana”. O déficit fiscal, que neste ano deve chegar a US$ 1,2 trilhão.

A avaliação do governo é que, sem o aumento do limite de endividamento, o crédito oferecido a empresas e a pessoas seria reduzido, com aumento drástico de taxas de juros. Com menos empréstimos, o país poderia ser conduzido a um novo período de recessão.

Em campanha para a eleição de 2012, Obama tem a economia como desafio. Ele assumiu em meio à crise, mas não conseguiu fazer o país reverter a situação.

Os republicanos querem que o aumento do teto seja atrelado a um acordo para reduzir o déficit no orçamento. Enquanto os democratas defendem aumento de impostos aos mais ricos para melhorar as finanças públicas, a oposição, que controla a Câmara dos Representantes (deputados federais), é contra.

“Temos uma obrigação moral de lidar com a dívida e com o déficit, e isso escutamos várias vezes dos republicanos”, sustentou Obama. “Um acordo requereria que tanto democratas como republicanos cedessem um pouco no que foram seus princípios intocáveis, desde os impostos aos programas sociais”, explicou Obama.

Com informações do OperaMundi e Sul21