Wikileaks: Bin Laden mandou prender e torturar ex-aliado por medo de traição

São Paulo – Os EUA não divulgaram detalhes como obtiveram a localização do terrorista Osama Bin Laden. Entretanto, uma das possibilidades levantadas por especialistas é de que isso tenha ocorrido […]

São Paulo – Os EUA não divulgaram detalhes como obtiveram a localização do terrorista Osama Bin Laden. Entretanto, uma das possibilidades levantadas por especialistas é de que isso tenha ocorrido através do vazamento de informações aos norte-americanos por uma pessoa ligada ao líder da Al Qaeda.

Em um dos documentos publicados pelo Wikileaks, datado de julho de 2007, surge a informação de que Bin Laden teria mandado torturar e prender o saudita Abdul Hakim Bukhari, uma das pessoas mais próximas a ele, por desconfiar que Hakim estaria armando um plano para traí-lo. A punição é citada na ficha de outros cinco detentos de Guantánamo, de acordo com informações do jornal espanhol El País. Leia aqui a íntegra do documento.

A desconfiança surgiu quando Bin Laden descobriu que Hakim Bukhari havia feito uma transferência de dinheiro para Jumaboy Namagani, um dos líderes da Al Qaeda no Uzbequistão. Como não havia sido informado da operação, o ex-inimigo número 1 dos EUA supôs que isso poderia ser um sinal de uma possível conspiração contra ele.

“A transferência foi feita sem o conhecimento de Osama Bin Laden, que acreditava que ele estava organizando um golpe contra ele”, afirma a ficha de Hakim. A ordem para que ele fosse torturado, segundo a ficha, teria sido dada em outubro de 2001. Depois, ele ficou preso no presídio de Kandahar.

De acordo com a mensagem, o local onde ele ficou preso abrigava vários presos políticos. Quando os Estados Unidos entraram no Afeganistão e tomaram controle da prisão, foi realizada uma triagem dos presos e alguns deles foram transferidos para a prisão de Guantánamo, em Cuba, para onde Hakim Bukhari foi enviado em fevereiro de 2002.

Perfil

Em sua ficha, constava que Bukhari havia ajudado os afegãos a expulsarem os soviéticos na década de 80. Assim como suspeitava-se que ele teria participado de ações militares durante a guerra de desmembramento da Iugoslávia, na década seguinte, e também lutado com separtistas islâmicos na Chechênia.

Ele também chegou a viver no Reino Unido e nos Estados Unidos. Era considerado um dirigente respeitado na organização terrorista. Porém, um mês após o 11 de Setembro, sua sorte mudou. Até a data do documento, em 2007, constava que ele se encontrava preso e em “bom estado de saúde”, e classificado como “detento de alto risco”.

Fonte: OperaMundi

 

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