Europa pressiona por sanções à Síria; EUA cogitam agir sem ONU

Pelo menos 18 pessoas foram mortas nesta segunda quando soldados e tanques sírios invadiram a cidade de Deraa. Na foto, homem atira pedra em um tanque (Foto: © Reprodução TV […]

Pelo menos 18 pessoas foram mortas nesta segunda quando soldados e tanques sírios invadiram a cidade de Deraa. Na foto, homem atira pedra em um tanque (Foto: © Reprodução TV Reuters)

São Paulo – Grã-Bretanha, França, Alemanha e Portugal pediram ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que condene a violenta repressão da Síria contra manifestantes e exija moderação do governo, afirmaram diplomatas do conselho nesta segunda-feira (25). Os Estados Unidos, por sua vez, anunciaram estudar novas sanções unilaterais ao país do Oriente Médio.

Ao menos 18 pessoas foram mortas nesta segunda quando soldados e tanques sírios invadiram a cidade de Deraa, no sul do país, disse o ativista Ammar Qurabi. Apesar de ter lançado ataques e bombardeios contra forças de Muammar Khadafi na Líbia, as potências ocidentais limitam-se a condenar verbalmente as mortes de centenas de pessoas na Síria.

“Os Estados Unidos estão buscando uma série de opções possíveis, incluindo sanções”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Tommy Vietor. “A violência brutal empregada pelo governo da Síria contra seu povo é completamente deplorável”, acrescentou. As sanções poderiam incluir o congelamento de ativos e a proibição de negócios entre o governo do presidente Bashar al-Assad com os Estados Unidos.

De acordo com Vietor, as novas sanções teriam o objetivo de responder à repressão do governo sírio contra os manifestantes e “deixar claro que esse comportamento é inaceitável”. Na última sexta-feira (22), Barack Obama, presidente do país, já havia condenado o uso da força pelo governo sírio.

Os Estados Unidos já adotam uma série de sanções contra a Síria. Desde 2004, está proibida a exportação para a Síria de produtos que contenham mais de 10% de componentes manufaturados americanos. Em 2006, foram aplicadas sanções específicas contra o Banco Comercial da Síria. Há ainda sanções específicas impedindo que determinados cidadãos e entidades da Síria tenham acesso ao sistema financeiro americano.

Os Estados Unidos suspeitam que pessoas e entidades incluídas nessas sanções tenham participação em atividades de proliferação de armas de destruição em massa, sejam associadas à rede Al-Qaeda e ao grupo Talebã ou participem de atividades com o objetivo de desestabilizar o Iraque e o Líbano.

Europa pressiona

Os europeus esperam que uma condenação pelo Conselho de Segurança aumente a pressão sobre a Síria para que o país interrompa a repressão contra os manifestantes antigoverno. No momento, não há movimentação para debater a possibilidade de a ONU impor sanções contra a Síria, afirmou um diplomata à Reuters.

Apesar de pelo menos quatro países europeus terem se mostrado favoráveis a sanções contra a Síria, impostas por meio do Conselho de Segurança da ONU, não há definições por parte de pelo menos dois outros membros permanentes da instância, Rússia e China, que têm poder de veto. Ambas as nações apresentam críticas cada vez mais duras à intervenção na Líbia, apoiada pela ONU, para proteger os civis. A preocupação de Moscou e Pequim é de que a operação tenha como finalidade derrubar o líder líbio Muammar Khadafi. Além de China e Rússia, EUA, Grã-Bretanha e França têm poder de veto.

Os europeus cogitam uma declaração que ressalte a relevância da situação para a paz e a  segurança em todo o Oriente Médio. O objetivo seria reduzir resistências no Conselho de Segurança. Outro entrave seria o Líbano, único membro árabe do conselho, tem tido uma relação problemática com o país vizinho e a influência síria permanece forte ali.

Com informações da Agência Brasil e da Reuters