Khadafi reitera que se manterá no poder na Líbia

O presidente líbio, Muammar Khadafi, em entrevista a redes de TV árabes (Foto: Huseyin Dogan/Reuters) Brasília – O presidente líbio, Muammar Khadafi, ocupou nesta quarta-feira (9) a rede de rádio […]

O presidente líbio, Muammar Khadafi, em entrevista a redes de TV árabes (Foto: Huseyin Dogan/Reuters)

Brasília – O presidente líbio, Muammar Khadafi, ocupou nesta quarta-feira (9) a rede de rádio e televisão do país para reiterar que pretende permanecer no poder. Durante o pronunciamento, também chamou os oposicionistas de traidores. 

A repórteres estrangeiros, Khadafi acusou os líderes dos países ocidentais, liderados pela França, de  “conspiração colonialista” contra a Líbia. As informações são da agência pública de Portugal, a Lusa, e a rede estatal de televisão do Irã, a PressTV.

Ao criticar os ocidentais, Khadafi se referiu a uma proposta discutida no dia anterior no Conselho de Segurança das Nações Unidas para adotar uma zona de exclusão aérea na Líbia. Com isso, o espaço aéreo líbio passaria a ser controlado por forças estrangeiras, impedindo a livre ação do governo do ditador. O assunto ainda não tem consenso, mas norte-americanos, franceses e ingleses são favoráveis à proposta.

“Eles [os países ocidentais] querem colonizar de novo a Líbia. É uma conspiração colonialista”, disse Khadafi. Ao ser perguntado sobre uma eventual reação a medidas de represália, o líbio afirmou apenas “veremos” e disse ainda que visitará a Europa quando “tudo estiver terminado”. 

Na terça-feira (8) as forças leais a Khadafi intensificaram os combates, promovendo ataques aéreos e terrestres contra as suas posições no Leste da Líbia, ocupado pela oposição. A cada dia mais se agrava o clima de conflito vivido pelo país desde o dia 15 de fevereiro.

Imigrantes

Além do conflito entre oposicionistas e forças leais ao presidente Muammar Khadafi, a Líbia enfrenta outro embate: o da discriminação a africanos, incluindo crimes como estupro e ataques a crianças. O alerta foi dado também na terça pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). 

Desde o começo dos protestos contra o governo Khadafi, cerca de 212 mil imigrantes tentar deixar a Líbia. A maioria da população africana no país é oriunda da Tunísia, do Egito, da Nigéria,  China, do Paquistão, entre outros. As informações são das Nações Unidas.

O porta-voz do Acnur,  Adrian Edwards, apelou para que a comunidade internacional ajude os refugiados e imigrantes da África Subsaariana – onde vive a população predominantemente negra e cerca de 500 milhões de pessoas.