Comitê para estudar suspensão de emergência na Síria é forma de ganhar tempo, diz analista

Assad promete lei antiterrorismo no país para atender demanda de manifestantes (Foto: Reuters TV) São Paulo – O anúncio de criação, pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, de um comitê para […]

Assad promete lei antiterrorismo no país para atender demanda de manifestantes (Foto: Reuters TV)

São Paulo – O anúncio de criação, pelo presidente sírio, Bashar al-Assad, de um comitê para estudar a substituição da lei de emergência, em vigor há mais de 40 anos, é uma tentativa de ganhar tempo. A análise é de Hilal Khashan, professor de ciência política da Universidade Americana de Beirute, segundo a agência Reuters.

A proposta de Assad é estabelecer uma legislação antiterrorismo para eliminar a lei de emergência, em vigor há mais de 40 anos. O governo comandado por ele enfrenta uma onda de manifestações pedindo mais liberdades civis e reformas política.

“Em nossa parte do mundo, quando você cria um comitê isso significa que você quer enterrar uma questão”, disse o professor  Khashan. E compeltou: “Ele (Assad) está querendo comprar tempo”.

A agência de notícias estatal Sana anunciou, nesta quinta-feira (31), que o comitê vai estudar e redigir uma “legislação, incluindo a proteção da segurança da nação e da dignidade dos cidadãos, e o combate ao terrorismo, abrindo o caminho para a revogação da lei de emergência”. A agência disse que o comitê vai concluir seu trabalho até 25 de abril, mas não deu mais detalhes.

A revogação da lei de emergência, que permite repressão a manifestações de oposição ao governo do partido Baath, é uma reivindicação central dos manifestantes, que já fizeram duas semanas de protestos nos quais mais de 60 pessoas foram mortas. Na semana passada, autoridades sírias chegaram a dizer que foi tomada a decisão de abolir a legislação de emergência.

Mas, na quarta-feira, nas primeiras declarações públicas que deu desde o início da onda de protestos, Assad não fez referência à rescisão da lei nem a um cronograma para as reformas sugeridas, incluindo a legislação sobre partidos políticos, liberdade de imprensa e combate à corrupção.

Os EUA disseram que o discurso de Assad não atendeu às expectativas suscitadas na semana passada pelos assessores do presidente, quando, no auge dos protestos, disseram que ele anunciaria um programa claro de reformas.

Com informações da Reuters

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