Oposição considera propostas de reforma feitas por Mubarak insuficientes

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, fala com representantes de partidos políticos no gabinete do primeiro-ministro (Foto: Asmaa Waguih/Reuters) Brasília – Reformas propostas pelo regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak, […]

O vice-presidente do Egito, Omar Suleiman, fala com representantes de partidos políticos no gabinete do primeiro-ministro (Foto: Asmaa Waguih/Reuters)

Brasília – Reformas propostas pelo regime do presidente egípcio, Hosni Mubarak, para superar a crise política no país são “insuficientes”, considerou neste domingo (6) a Irmandade Muçulmana, principal força de oposição no Egito. As informações são da agência de notícias Lusa.

O dirigente da irmandade, Saad Katatni, disse que as propostas apresentadas na reunião pelo vice-presidente Omar Suleiman e outros representantes políticos “não são suficientes” e que o encontro de hoje “foi apenas um primeiro passo”. Não foram fornecidos maiores detalhes sobre o teor das negociações.

Também opositor do regime, Mohamed ElBaradei, que regressou ao país para apoiar os jovens que iniciaram a revolta contra Hosni Mubarak, disse que não foi convidado para o diálogo entre a Irmandade Muçulmana e o governo. Ele descreveu as discussões como “opacas”. “Não fui convidado para participar das negociações, neste diálogo, mas sigo o que está acontecendo”, disse ElBaradei.

As negociações entre o governo egípcio e a Irmandade Muçulmana começaram hoje. Além da irmandade participaram das negociações os partidos Wafd (liberal) e Tagammou (esquerda), membros de um comitê escolhido por grupos pró-democracia.

Desde 25 de janeiro, manifestantes fazem protestos nas ruas e exigem que o presidente egípcio, Hosni Mubarak, deixe o poder.

Antes do encontro, o grupo opositor disse que as conversas deste domingo serviriam para avaliar se o governo está preparado para a implementação de reformas políticas imediatas. A irmandade também pede que seja formado um governo de coalizão transitório e que as leis de emergência (que dão ao Estado amplos poderes repressivos) sejam suspensas no país.

Anteriormente, o grupo havia exigido que Mubarak deixasse o poder antes de qualquer conversa com o governo.

Dia a dia

Neste domingo, bancos e lojas reabriram suas portas, após uma semana fechados, em meio a temores de que a população tentasse sacar o dinheiro depositado em contas.

O Banco Central daquele país está liberando parte de suas reservas de US$ 36 bilhões para cobrir as possíveis retiradas, mas o presidente da instituição diz acreditar que todas as possíveis  transações “serão honradas”.

O governo tenta reanimar a economia do país, que estaria perdendo pelo menos US$ 310 milhões por dia devido à crise no país. Os turistas sumiram do Egito e muitas lojas, fábricas e até a bolsa de valores estão fechadas há dias. Muitos produtos básicos estão em falta.

Com informações da BBC Brasil, Reuters e Agência Brasil

Leia também

Últimas notícias