Na Argentina, Cristina Kirchner seria reeleita se votação fosse hoje

Presidente tem mais de 30 pontos de vantagem sobre segundo colocado, Maurício Macri, administrador de Buenos Aires

Os temas que mais preocupam os argentinos são segurança, educação e corrupção, indica pesquisa (Foto: Presidência da Argentina)

São Paulo – A presidente Cristina Fernández de Kirchner tem ampla vantagem sobre os concorrentes e seria reeleita com facilidade se a votação fosse hoje. Ela soma entre 43% e 44% dos votos totais nos dois cenários possíveis atualmente, o que significa a possibildade de encerrar a disputa no primeiro turno, em outubro.

Há dúvida sobre a presença de Cristina no pleito devido à morte, no ano passado, do marido Néstor Kirchner, ao mesmo tempo um dos fatores que explicam a ascensão vista desde dezembro. O Centro de Estudos de Opinião Pública (CEOP) avalia que a força demonstrada pela presidente no episódio e a personalidade com que conduziu seu governo desde então alteraram a percepção de parte da sociedade, e hoje seis em cada dez argentinos aprovam a gestão. Além disso, a imagem de Cristina não sofreu grande desgaste devido aos problemas ocorridos entre dezembro e janeiro, em especial a falta de notas de dinheiro e a escassez de combustível.

No primeiro cenário analisado pelo CEOP, a atual mandatária teria 44% dos votos, contra 12,3% do segundo colocado, Maurício Macri, atual administrador da cidade de Buenos Aires. O representante da União Cívica Radical, neste caso, seria Ricardo Alfonsín, filho do ex-presidente Raul Alfonsín, com 10,4% dos votos. Trata-se de uma situação interessante, já que Alfonsín é o líder oposicionista com melhor imagem, com 52% de aprovação, mas pesa contra ele a ideia de que o radicalismo tem dificuldades para governar: o próprio pai encurtou seu mandato e o último presidente vindo da sigla foi Fernando de la Rúa, um dos responsáveis diretos pela quebra de 2001-02.

“A oposição segue arrastando seus velhos problemas. Pelo menos esta pesquisa deixa claro que, até o momento, a população não encontra um projeto de governabilidade alternativo ao que representa o oficialismo”, constata Roberto Bacman, do CEOP, em entrevista à edição desta terça-feira (18) do jornal Página12.

O segundo cenário tem como candidato da UCR o vice-presidente da República, Júlio Cobos. Após um bom prognóstico eleitoral em meio ao maior desgaste de Cristina, em 2009, Cobos caiu e hoje alcançaria 7,8% dos votos, atrás da presidente (43,3%) e de Macri (11,8%). Sua longa briga com o governo, sempre remando no sentido contrário, a esta altura está lhe custando apoio.

O ex-presidente Eduardo Duhalde, Fernando ‘Pino’ Solanas, da coalizão de esquerda Proyecto Sur, Elisa Carrió, da oposição de direita ao governo, e Hermes Binner, governador de Santa Fé, figuram com menos de 7% dos votos. Nos casos de Solanas e Binner, pesa neste momento o grande desconhecimento da população. Já Duhalde e Carrió têm imagens extremamente desgastadas. O peronista tenta associar sua imagem à de Lula. Em ato esta semana, afirmou ter grande empatia com o brasileiro e afirmou que ambos têm origem no movimento trabalhista: “Não venho da política, fui intendente representando às 62 organizações peronistas.”

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