Uruguai retomará escavações para localizar restos mortais de desaparecidos da ditatura
Manifestante pede revogação da Lei da Cadicidade (Foto: Zeroth/Wikipedia) Brasília – Um acordo entre o governo do Uruguai e a Universidade da República (Udelar) determina que se retomem as escavações, […]
Publicado 28/12/2010 - 15h50
Brasília – Um acordo entre o governo do Uruguai e a Universidade da República (Udelar) determina que se retomem as escavações, no primeiro semestre de 2011, em busca de corpos e restos mortais de desaparecidos políticos do período da ditadura no país (1973 a 1985). As informações foram confirmadas pelo secretário da Presidência da República, Alberto Breccia, e o Ministério da Defesa do Uruguai.
A equipe de antropólogos da Universidade da República trabalhará em parceria com os técnicos e especialistas do governo. Inicialmente, as buscas serão feitas na região do prédio do 14 º Batalhão de Arlington onde há suspeitas da existência de um cemitério clandestino. As atividades serão coordenadas pelo chefe de Antropologia Forense da Udelar, José López Mazz.
- Itamaraty afirma que Brasil se esforçará para cumprir sentença da OEA no caso Araguaia
- Familiares de desaparecidos políticos pedem a Lula um ‘Wikileaks’ da Ditadura brasileira
- Para Maierovitch, posição de Jobim sobre OEA é ‘palpite’ de quem se porta como militar
- Para ativistas, decisão da OEA sobre Araguaia mostra que sociedade tem direito à verdade
- Justiça uruguaia condena ex-ditador a 25 anos de prisão
- Brasil extradita militar uruguaio acusado de tortura
- No encalço do condor
- Acerto de contas
- Cúpula Social do Mercosul celebra mudança política à esquerda e condena desigualdade
- Os imperdoáveis
Paralelamente, as prefeituras dos municípios de Montevidéu (capital do Uruguai) e Canelones vão contribuir com o fornecimento de máquinas e apoio para que os técnicos e especialistas tenham condições de escavar em áreas que estão sob poder militar.
No segundo semestre deste ano, houve os primeiros trabalhos de escavações na região do prédio do 14 º Batalhão. As escavações só foram possíveis porque a Justiça determinou a busca pelos restos mortais. Para o juiz criminal Pedro Salazar há elementos que levam às suspeitas da existência de sepulturas clandestinas a desaparecidos políticos durante a ditadura militar.
Há dois meses, o Congresso do Uruguai aprovou o fim da chamada Lei da Caducidade da Pretensão Punitiva do Estado – a Lei da Anistia. Por ela, os militares que governaram o país ficavam livres das acusações. Foram mais de 12 horas de discussão e a votação pela extinção da lei foi aprovada com folga.
O presidente do Uruguai, José Mujica, foi militante do Movimento da Libertação Nacional, que combatia o regime militar. Em 1972, Mujica foi preso e só ganhou a liberdade em 1985 com a redemocratização do país.
Fonte: Agência Brasil