Haitianos protestam e exigem retirada das forças de paz das Nações Unidas do país

Soldado da missão de paz da ONU realocam preventivamente residentes de um acampamento em Porto Príncipe (Foto: Logan Abassi/ONU Divulgação) São Paulo – Os protestos no Haiti contra as forças […]

Soldado da missão de paz da ONU realocam preventivamente residentes de um acampamento em Porto Príncipe (Foto: Logan Abassi/ONU Divulgação)

São Paulo – Os protestos no Haiti contra as forças de paz das Nações Unidas se espalharam na quinta-feira (18) por vários bairros da capital Porto Príncipe. Os manifestantes atribuíam à Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (Minustah) problemas como a epidemia de cólera que assola o país. Representantes da ONU admitiram, na véspera, que militares que chegaram do Nepal podem ter trazido a bactéria que se espalhou.

A mobilização ocorre duas semanas antes da eleição presidencial no Haiti, que será realizada no dia 28 de novembro. Eles gritavam palavras de ordem como “Cólera, foi a Minustah que nos deu” ou “Minustah, volte para casa”. Segundo informação da BBC Brasil, a polícia disparou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que montaram barricadas e atiraram pedras em veículos das Nações Unidas.

Segundo o Centro para Controle de Doenças Infecciosas (CDC), baseado em Atlanta, nos Estados Unidos, cerca de 1,3 milhão de haitianos ainda vivem em campos de desabrigados após o terremoto de janeiro deste ano, dificultando o acesso a água potável, condições sanitárias e atendimento à saúde.

De acordo com os dados oficiais, o cólera foi identificado nas dez regiões do Haiti. Cerca de 1,1 mil pessoas morreram em consequência da doença no último mês e cerca de 17 mil casos da doença já foram registrados no país. A maioria das 38 mortes registradas na capital ocorreram na favela Cité Soleil.

No último dia 15, os confrontos entre haitianos e as tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) no Norte do país deixaram duas pessoas mortas e pelo menos 20 feridas. As manifestações ocorrem a menos de duas semanas da eleição presidencial, marcada para o dia 28 de novembro.

Na quinta, tiroteios esporádicos podiam ser ouvidos, após os manifestantes tomarem as ruas de Porto Príncipe. Centenas de jovens ergueram barricadas colocando fogo em pneus e atacaram veículos da Minustah, a missão de paz da ONU no país.

Eleições

As consequências do terremoto de janeiro também geraram um clima de incerteza política, interrompendo um período de relativo progresso para as eleições legislativas, presidenciais e municipais, anteriormente programadas para fevereiro de 2010.

No início da semana, incidentes violentos nas cidades de Cap-Haitien e Hinche tiveram como alvo a missão da ONU. A Minustah atribuiu a ação a “inimigos da estabilidade e da democracia no país”, interessados em criar um “clima de insegurança” para o pleito.

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