Para Amorim, houve um retrocesso antidemocrático em Honduras com a deposição de Zelaya do poder

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, discursa na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. (Foto: Shannon Stapleton/ Reuters) Brasília – Na abertura da 65ª Assembleia Geral da […]

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, discursa na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York. (Foto: Shannon Stapleton/ Reuters)

Brasília – Na abertura da 65ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, criticou nesta quinta-feira (23) o golpe de Estado em Honduras, ocorrido há mais de um ano. Amorim associou o reconhecimento do governo do presidente hondurenho, Porfirio Pepe Lobo, ao retorno, sem punições, do presidente deposto do país, Manuel Zelaya.

“Condenamos retrocessos antidemocráticos, como o golpe de Estado em Honduras. O regresso do ex-presidente Zelaya sem ameaças à sua liberdade é indispensável para a normalização plena das relações de Honduras com o conjunto da região”, disse Amorim.

Em 28 de junho de 2009, Zelaya foi deposto por uma manobra organizada por representantes da Suprema Corte, do Congresso Nacional e das Forças Armadas de Honduras. Deposto, Zelaya deixou o país e três meses depois retornou para se abrigar na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa (capital hondurenha) onde ficou por quase 120 dias. Atualmente ele vive na República Dominicana.

A deposição de Zelaya levou Roberto Micheletti ao poder. Em novembro de 2009, houve eleições presidenciais e Pepe Lobo venceu. Porém, Honduras permanece suspensa da Organização dos Estados Americanos (OEA). Lobo se esforça para tentar a reintegração do país e conta com o apoio dos Estados Unidos. Mas o Brasil, a Venezuela, a Bolívia, o Equador, o Uruguai e a Argentina defendem como condição a anistia a Zelaya e aos correligionários dele.

Também pesa contra Honduras denúncias de violações aos direitos humanos em decorrência do processo político no país. Para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, há dúvidas sobre a isenção da Suprema Corte nos seus julgamentos, assim como suspeitas de perseguições por divergências políticas e ideológicas no país.

Paralelamente o governo Pepe Lobo faz esforços para mostrar à comunidade internacional que a situação em Honduras caminha para a normalidade. Ele também participa da 65ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

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