Irã diz que novas sanções complicam as relações do país com a comunidade internacional

Sanções são voltadas ao setor de petróleo do país (Foto: Nozim Kalandarox/Reuters) Brasília – O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já reagiu à nova rodada de sanções impostas […]

Sanções são voltadas ao setor de petróleo do país (Foto: Nozim Kalandarox/Reuters)

Brasília – O governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, já reagiu à nova rodada de sanções impostas nesta segunda-feira (26) ao país pela União Europeia (UE). O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, disse que as medidas complicam as relações entre o Irã e o restante da comunidade internacional. As restrições definidas atingem principalmente a exportação de petróleo e gás do Irã.

O porta-voz lamentou a decisão lembrando que domingo (25) o chanceler do Irã se reuniu com os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Turquia informando que havia disposição para o diálogo. As informações são da rede de televisão estatal do Irã, a Irna. “A adoção de sanções só vai complicar e afastar(os países) da compreensão mútua”, disse Mehmanparast.

Os representantes da União Europeia decidiram suspender novos investimentos no setor de gás e petróleo, além de aumentar a vigilância sobre os bancos iranianos e adotar restrições a voos de carga. Segundo diplomatas, as medidas são mais duras do que se havia previsto inicialmente.

Por decisão dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia, as empresas europeias estarão proibidas de vender para o país equipamentos para a produção e refinamento de petróleo e gás, de investir em projetos nesse setor e de prestar assistência técnica e transferir tecnologia à indústria petrolífera iraniana.

A nova rodada de sanções tem o intuito de pressionar o governo iraniano a suspender o programa nuclear do país. Para os 27 integrantes da União Europeia, o programa põe em risco a comunidade internacional em decorrência das suspeitas de produção de armas atômicas no Irã. As acusações são negadas pelo presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad.

A empresa marítima iraniana, Irisil, fica proibida de operar em águas europeias e os aviões de carga de bandeira iraniana não poderão aterrissar nos aeroportos europeus. A UE também proibirá a exportação de produtos de possível uso civil-militar e de produtos que podem ser usados para a produção de armas químicas ou biológicas, com exceção dos que são necessários para tratamentos médicos.

As restrições que incluíam o setor bancário foram ampliadas: toda transferência de valores entre 10 mil e 40 mil euros procedente de um país europeu deverá ser notificada às autoridades nacionais. As de valores superiores a 40 mil euros deverão ser previamente autorizadas.

Além disso, as companhias de seguro e instituições financeiras iranianas ficam proibidas de operar em território europeu e foi ampliada a lista de membros do governo, da Guarda Revolucionária e de empresários do país cujos bens e contas bancárias na Europa serão congelados.

As sanções ocorrem um dia depois de o governo do Irã informar que está aberto ao diálogo com o Ocidente na tentativa de recompor o acordo para a troca de urânio. O ministro das Relações Exteriores, Manouchehr Mottaki, reiterou a disposição durante conversa com os chanceleres do Brasil, Celso Amorim, e da Turquia, Ahmet Davutoglu, em Istambul, no domingo (25).