Golpista de Honduras é nomeado deputado vitalício

Presidente golpista, Micheletti reafirmou-se como democrata e acusa Zelaya de ter quebrado a economia do país (Foto: Thomas Bravo/Reuters) Roberto Micheletti, protagonista do golpe de Estado em 28 junho de […]

Presidente golpista, Micheletti reafirmou-se como democrata e acusa Zelaya de ter quebrado a economia do país (Foto: Thomas Bravo/Reuters)

Roberto Micheletti, protagonista do golpe de Estado em 28 junho de 2009 em Honduras, foi declarado deputado vitalício pelo Congresso Nacional do país. Segundo o jornal La Prensa, o ex-presidente do Legislativo que ocupa a Presidência do país desde a deposição de Manuel Zelaya até a posse de Porfirio Lobo, eleito em dezembro, foi ainda condecorado com a Gran Cruz Extraordinaria de Placa de Oro.

O motivo da homenagem foi sua “reconhecida trajetória política no Congresso Nacional” e por “manter vigilância à Constituição da República”. Foi a primeira vez que Micheletti voltou ao Congresso desde o golpe de Estado. Ele comandou o Legislativo por sete vezes desde 1981.

Depois do golpe, Micheletti foi nomeado presidente pelo Congresso. Zelaya foi retirado do país por militares, por ordem da Suprema Corte, mas conseguiu regressar clandestinamente ao país em 21 de setembro, quando conseguiu abrigo da embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde permanece até hoje. Após o golpe, a Organização dos Estados Americanos (OEA) retirou Honduras do grupo de seus membros.

“Este ato tem uma enorme consideração para este Congresso porque estamos reconhecendo os méritos de uma pessoa qeu se destacou neste poder do Estado”, disse José Alfredo Saavedra, atual presidente do Legislativo. “Teve de assumir a presidência da República em cumprimento da Constituição e de nossas leis”, defendeu, no ato de encerramento de sua quarta e última legislatura.

Micheletti ressaltou que sua ação parlamentar “sempre foi como democrata” e aproveitou para criticar, indiretamente, Zelaya. “Foi triste e doloroso suportar governos que nos viraram as costas. Governos e personagens que seguem com ataques à minha pessoa, mas tenho a convicção de que fizemos o legal e o correto neste Congresso”, atacou.

Ele reconheceu que a economia de Honduras está quebrada “por um governo que foi saqueado pelo mandato anterior”. Pedindo apoio a Lobo para recuperar o país, ele defendeu que não se aceitasse “outro cidadão que queira fazer do país sua pastagem”.

Denúncias de violência no campo

Segundo a Agência Bolivariana de Notícias, movimentos de camponeses de Honduras denunciam perseguição por parte do governo do país. O Movimento Unificado de Camponeses de Aguan (Muca), do norte do país, formado por 3,5 mil famílias, acusam um movimento articulado contra 18 de seus membros.

As áreasem disputa foram entregues aos agricultores em uma reforma agrária promovida por Zelaya e revertida pelo regime golpista.

Em uma entrevista coletiva à imprensa, os ativistas denunciaram uma ação violenta do exército e de forças paramilitares na retirada de cooperativas instaladas na margem esquerda do rio Aguan. 

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