Congresso de Honduras rejeita volta de Zelaya ao poder

O Congresso hondurenho rejeitou na noite de quarta-feira a volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder, fechando a porta para um retorno dele à Presidência após um golpe de […]

O Congresso hondurenho rejeitou na noite de quarta-feira a volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder, fechando a porta para um retorno dele à Presidência após um golpe de Estado em junho.

A votação era parte de um acordo mediado em outubro pelos Estados Unidos entre o líder deposto e o governo de facto, que assumiu após o golpe. Pelo que foi acordado, caberia ao Congresso decidir se Zelaya voltaria para cumprir seu mandato até janeiro.

Os Estados Unidos torciam pela restauração de Zelaya, mas os parlamentares hondurenhos resistiram à pressão internacional, com 111 dos 125 membros em sessão votando contra a volta de Zelaya. Somente 14 o apoiaram numa votação que terminou no final da noite de quarta-feira. Centenas de seguidores do presidente deposto protestaram em frente ao Congresso.

“Esta decisão ratifica um golpe e condena Honduras a continuar vivendo na ilegalidade”, disse Zelaya à Rádio Globo. Por causa do golpe, governos estrangeiros cortaram parte da ajuda a Honduras, deixando o país politicamente isolado.

Zelaya está abrigado na embaixada brasileira em Tegucigalpa desde sua volta a Honduras em setembro e soldados, que guardam fortemente a representação diplomática, ameaçam prendê-lo se ele deixar o local. A votação de quarta-feira coloca em dúvida o futuro do presidente deposto.

O candidato oposicionista Porfirio Lobo venceu a eleição presidencial do domingo, que estava marcada para antes do golpe. A votação deve permitir que Honduras deixe para trás cinco meses de crise e se concentre numa nova liderança.l

Os Estados Unidos reconheceram a votação, mas afirmaram que ela é apenas um passo na direção do restabelecimento da democracia.

O Brasil e outros governos latino-americanos não reconheceram a validade do pleito, por ter sido organizado por um governo de facto.

Lobo, um pecuarista oriundo da elite tradicional, vindo da mesma província que Zelaya, deve tomar posse em 27 de janeiro.

Ele tem evitado responder a perguntas sobre o destino de Zelaya, mas pode acabar oferecendo algum tipo de anistia para encerrar o estado de limbo do presidente deposto na embaixada.

“Estou olhando para o futuro e vocês (perguntando) ‘E o Zelaya?’ Zelaya é história, ele pertence ao passado”, disse Lobo a jornalistas estrangeiros um dia depois da sua eleição.

Fonte: Reuters

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