Itália vai recorrer da proibição de crucifixos em salas de aula

A Itália vai recorrer da sentença emitida nesta terça-feira (3) pela Corte Europeia de Direitos Humanos contra a exposição de crucifixos em escolas, segundo informou à ANSA o juiz Nicola Lettieri, que […]

A Itália vai recorrer da sentença emitida nesta terça-feira (3) pela Corte Europeia de Direitos Humanos contra a exposição de crucifixos em escolas, segundo informou à ANSA o juiz Nicola Lettieri, que defende o país diante do órgão em Estrasburgo. 

A decisão da Corte Europeia de Direitos Humanos — a primeira do gênero– determina que o governo italiano pague uma indenização de cinco mil euros por danos morais a Soile Lautsi, cidadã italiana de origem finlandesa. 

Lautsi apresentou um recurso no Tribunal após o instituto público “Vittorino da Feltre”, localizado na cidade de Abano Terme, província italiana de Padova, frequentado pelos seus filhos, se negar, em 2002, a retirar os crucifixos que expõe nas paredes. 

A Corte Europeia entendeu que a presença dos objetos em escolas constitui “uma violação dos pais em educar aos filhos segundo as próprias convicções” e uma “violação à liberdade de religião dos alunos”. 

A Itália é um dos países com maior número de católicos, sendo que mais de 96% dos cristãos do país, que chega a 80% da população, se definem católicos apostólicos romanos. 

A ministra italiana da Educação, Mariastella Gelmini, disse que “a presença de crucifixo em escolas não significa adesão ao catolicismo, mas é um símbolo da nossa tradição”. 

O porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, informou que o Vaticano não se pronunciará sobre o assunto antes de analisar as motivações que levaram a Corte Europeia de Direitos Humanos a emitir esta sentença. 

“Acredito que é preciso uma reflexão, antes de comentar (o assunto, ndr.)”, disse o porta-voz da Santa Sé durante uma coletiva de imprensa para apresentar uma convenção sobre imigração. 

A mesma posição foi adotada pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes, monsenhor Antonio Maria Vegliò. “Prefiro não falar desta questão do crucifixo porque são coisas que me dão muito desconforto”, disse.

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