Zelaya decide na quinta-feira se muda de estratégia

(Foto:Edgard Garrido/Reuters) Tegucigalpa – O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse que na próxima quinta-feira (15) decidirá se continua a seguir a mesma linha nas negociações com o governo […]

(Foto:Edgard Garrido/Reuters)

Tegucigalpa – O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, disse que na próxima quinta-feira (15) decidirá se continua a seguir a mesma linha nas negociações com o governo de facto ou busca outros caminhos para resolver a crise política que divide o país.

Representantes de Zelaya e do presidente de facto, Roberto Micheletti, cumpriram nesta sexta-feira o terceiro dia consecutivo de negociações em um diálogo mediado pela Organização dos Estados Americanos (OEA). Mas reinava o ceticismo em torno do presidente destituído.

Zelaya exige retornar ao poder para terminar de cumprir seu mandato, depois de ter sido retirado da Presidência em 28 de junho e forçado a ir para o exílio. Micheletti resiste a devolver-lhe o poder, como exigem toda a comunidade internacional e muitos hondurenhos.

“Sempre é preciso promover os diálogos. Eles nunca devem terminar. Agora, para esclarecer as posições, creio que o dia 15 de outubro é suficiente para que as posições de ambos os lados sejam esclarecidas”, disse Zelaya na quinta-feira à Reuters, na embaixada do Brasil em Tegucigalpa, onde está abrigado.

“Nessa data vamos fazer uma explanação, porque é preciso dar tempo ao tempo”, disse Zelaya, sem esclarecer se pensa em se retirar das negociações.

O presidente deposto voltou clandestinamente a Honduras há três semanas na tentativa de restituir o poder, e se abrigou na sede diplomática, que permanece cercada por policiais e militares com ordens de prendê-lo.

Zelaya garante que sua volta ao cargo é um ponto irrenunciável nas negociações, mas essa mesma exigência foi um entrave em conversações passadas que buscavam um acordo. Ele duvida que Micheletti dê o braço a torcer.

“Eu já deixei claro que não tenho nenhum otimismo sobre a conduta, sobre a vontade política dos governantes de facto, que se mantêm pela força”, sustentou. “A saída da crise é, logicamente, a minha restituição”, ressaltou o presidente deposto.

As conversações têm como primeiro ponto de discussão a assinatura do chamado “Acordo de San José”, um plano para superar a crise elaborado pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, que tem como eixo o retorno de Zelaya à Presidência de Honduras.

Fonte: Reuters

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