Perto do fim de campanha, esquerda lidera no Uruguai e direita é favorita no Chile

Uruguaio José Mujica tem previsão de segundo turno apertado e única chance da coalizão governista chilena é herdar votos de jovem deputado Ominami

Se a transferência de votos interna não funciona à perfeição, candidatos de distintos espectros visitam o presidente Lula na intenção de passar imagem de pragmatismo e liderança (Fotos: Fabio Rodrigues Pozzebom, José Cruz e Roosewelt Pinheiro. ABr)

O bilionário conservador Sebastian Piñera mantém a liderança na disputa presidencial chilena, de acordo com a pesquisa divulgada nesta quarta-feira (21). O candidato de oposição tem 44,5% das intenções de voto, contra 27% de Eduardo Frei, o ex-presidente que tenta voltar ao poder pela Concertação, a coalizão que ocupa o Palácio de la Moneda desde a redemocratização, há 20 anos.

O levantamento da Ipsos coloca na terceira posição o independente Marco Enriquez-Ominami, deputado de 36 anos que surpreendeu ao dividir votos com Frei. Ele é visto como o principal responsável pelo estancamento da situação do ex-presidente, que só tem chances de empatar com Piñera em um eventual segundo turno.

Mesmo com alto índice de aprovação, a presidente Michele Bachelet, que não pode concorrer à reeleição, não consegue transferir votos para Frei. Para analista ouvido pela reportagem, o problema é que Frei representa um velho modo de fazer política, o que gera a repulsa de parte da população.

No Uruguai, pelo contrário, o presidente Tabaré Vázquez está perto de conseguir a eleição do candidato de esquerda, o ex-guerrilheiro José Mujica. A quatro dias das eleições gerais, as pesquisas mostram que o político da Frente Ampla vai para o segundo turno contra Luis Alberto Lacalle, do Partido Nacional.

Mujica tem 44,7% das intenções de votos, contra 28,7% de Lacalle, com a terceira posição para o Partido Colorado, com 13,9%.

No segundo turno, no entanto, a situação é mais complicada. O candidato da Frente Ampla tem apenas seis pontos de vantagem sobre o representante da direita. Para analistas, a popularidade recorde do presidente Tabaré Vázquez não se transfere integralmente para Mujica por alguns fatores, como a condição de ex-guerrilheiro, a posição mais à esquerda e o estilo mais informal.

Leia também

Últimas notícias