FAO: Mundo deve investir US3 bi ao ano para ter comida em 2050

Milão – O mundo precisa investir US$ 83 bilhões por ano na agricultura dos países em desenvolvimento para alimentar os 9,1 bilhões de habitantes projetados para 2050, disse na quinta-feira […]

Milão – O mundo precisa investir US$ 83 bilhões por ano na agricultura dos países em desenvolvimento para alimentar os 9,1 bilhões de habitantes projetados para 2050, disse na quinta-feira (8) a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

A meta é elevar a produção agrícola em 70 por cento nos próximos 41 anos, período em que a população mundial deve crescer em mais 2,3 bilhões. De acordo com a FAO, seria especialmente importante quase duplicar a produção agrícola nos países em desenvolvimento.

O investimento primário em agricultura precisaria incluir cerca de US$ 20 bilhões por ano destinados à produção agrícola e 13 bilhões para a criação de animais, de acordo com um estudo divulgado pela FAO antes de um fórum nos dias 12 e 13 em Roma que irá discutir como alimentar o mundo em 2050.

Outros US$ 50 bilhões por ano teriam de ser investidos em serviços correlatos, como armazenamento e processamento.

A maior parte desses valores teria de sair da iniciativa privada — compras de sementes, maquinários e fertilizantes por agricultores, por exemplo. Mas também seriam necessários investimentos públicos em pesquisa e infraestrutura — portos, estradas, armazéns e sistemas de irrigação, além de saúde e educação.

Dos US$ 83 bilhões anuais a serem investidos, 29 bilhões deveriam se concentrar nos dois países mais populosos do mundo, China e Índia, segundo a FAO.

A África subsaariana precisaria de cerca de US$ 11 bilhões por ano; a América Latina e o Caribe teriam de receber investimentos em torno de 20 bilhões; o Oriente Médio e o norte da África precisam de 10 bilhões por ano; o sul da Ásia, 20 bilhões; e o leste asiático, US$ 24 bilhões por ano.

Em países onde faltam verbas, investimentos externos diretos poderiam ser decisivos, diz o documento. Mas os chamados investimentos de “ocupação de terras” dos países ricos em países que são pobres ou têm problemas de segurança alimentar geram preocupações políticas e econômicas, porque muitas vezes a produção resultante é exportada para os países investidores.

A FAO disse que investimentos agrícolas devem ser feitos de modo a beneficiar as populações locais, aumentar a segurança alimentar e reduzir a pobreza.

Fonte: Reuters

 

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