Argentina confirma encontro da Unasul para fim do mês

Álvaro Uribe deve participar da reunião, que tenta aparar arestas depois que Colômbia anunciou bases militares dos Estados Unidos em seu território

BUENOS AIRES – A reunião extraordinária de chefes de Governo da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), que contará com a presença do presidente colombiano, Álvaro Uribe, será realizada no próximo dia 28, anunciaram fontes do governo argentino.

Uribe, cujo governo pretende firmar ainda neste fim de semana o acordo militar com os Estados Unidos — que prevê o envio de militares e policiais civis norte-americanos a até sete bases colombianas –, “concordou em participar” com “muita disposição”, disseram as fontes citadas pela agência estatal Télam.

A reunião, anunciada na última cúpula da Unasul, realizada na segunda-feira (10) em Quito, Equador, deverá ocorrer no hotel Llao-Llao, da cidade de San Carlos de Bariloche, na Patagônia.

A presidente do país, Cristina Kirchner, conversou com seus pares sul-americanos para decidir o dia do encontro, que tem o objetivo de retomar o diálogo sobre o acordo entre Bogotá e Washington.

A possibilidade de que militares dos EUA atuem nas bases locais é repudiada por Bolívia, Equador e Venezuela, que consideram “uma agressão” e um foco de desestabilização na região. Brasil, Argentina e Uruguai também demonstraram preocupação pelo acordo.

Na última semana, Uribe visitou Peru, Bolívia, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil para explicar o tratado que, segundo o governo colombiano, é uma extensão do Plano Colômbia contra o narcotráfico e o terrorismo.

Chávez falou sobre “os ventos de guerra” ao se referir à eventual presença dos EUA na região. O encontro entre os 12 líderes sul-americanos, proposto por Cristina, é considerado também uma preparação à cúpula da ONU, que acontecerá em setembro e quando os mandatários pretendem se reunir com Obama.

Na quarta (12), o comandante das Forças Armadas da Colômbia, general Freddy Padilla de León, anunciou que o acordo deveria ser assinado neste fim de semana. “Se Deus nos ajudar, [o convênio] estará pronto para os trâmites burocráticos, dentro da soberania de cada nação”, declarou na ocasião.