Abbas diz que ‘resistência’ é uma opção em disputa com Israel

Partido do presidente palestino defende relação pacífica com Israel e inclui não-violência como forma de manifestação

Mahmoud Abbas declarou que o grupo rival Hamas não pode “decidir sozinho” a luta dos palestinos por seu Estado (Foto: Fadi Arouri/Reuters)

Belém, Cisjordânia – O presidente palestino, Mahmoud Abbas, abriu nesta terça-feira (4) o congresso do seu partido Fatah conclamando os palestinos a buscarem a paz com Israel, mas mantendo a “resistência” como opção. O governo israelense disse que não comentaria o discurso de Abbas.

“Embora a paz seja a nossa escolha, reservamo-nos o direito à resistência, legítima sob o direito internacional”, disse Abbas, que tem apoio do Ocidente, usando um termo que inclui tanto a luta armada quanto protestos não-violentos.

Fontes partidárias dizem que o novo programa do Fatah, a ser debatido no congresso, defende novas formas de resistência, como a desobediência civil contra a expansão dos assentamentos judaicos e contra o muro que Israel constrói dentro da Cisjordânia.

De modo ainda mais crucial, o texto deixa em aberto a opção da “luta armada” caso as negociações com Israel fracassem, e não descarta uma declaração unilateral da criação do Estado palestino se o processo de paz permanecer paralisado.

Este é o primeiro congresso do Fatah em 20 anos. O grupo islâmico rival Hamas, que governa a Faixa de Gaza, proibiu a viagem dos cerca de 400 delegados partidários da Faixa de Gaza para Belém.

Nem a ameaça do Fatah de prender membros do Hamas na Cisjordânia demoveu os governantes da Faixa de Gaza, onde em 2007 houve um violento confronto entre as duas principais facções palestinas, com a vitória do grupo islâmico.

No discurso, Abbas disse que nem o Hamas nem qualquer outra facção têm o direito de “decidir sozinho” como será a resistência. “Ninguém pode levar a pátria para a catástrofe. Ninguém pode tomar a decisão e nos levar aonde não queremos estar”, disse ele. No passado, Abbas já havia declarado que atentados suicidas do Hamas prejudicavam a causa palestina como um todo.

Mas ele também alertou os palestinos a não abrirem mão do seu direito de responder à violência com mais violência. “Não ficaremos parados sem saber o que fazer diante das incursões israelenses.”

Fonte: Reuters

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