Obama faz campanha por reforma na saúde; apoio popular cai
Reforma de 2,5 trilhões de dólares na indústria da saúde dos EUA é a prioridade doméstica de Obama e um importante teste à sua presidência
Publicado 20/07/2009 - 17h00
Washington – O apoio popular à estratégia do presidente Barack Obama para reformular o sistema de saúde dos Estados Unidos parecia vacilar enquanto os republicanos intensificavam nesta segunda-feira (20) os ataques contra o plano, considerado por eles caro e ineficaz.
Obama fez campanha pelo plano de 1 trilhão de dólares em um hospital infantil local, afirmando que o Congresso deve agir rápido.
“Mesmo que as famílias norte-americanas tenham sido afetadas pelos custos crescentes dos planos de saúde, empresas de saúde e seus executivos registraram lucros de um sistema quebrado”, disse Obama.
“Falamos exaustivamente sobre este problema ano após ano mas a menos que ajamos e ajamos agora, nada disso mudará”, completou.
A administração Obama tenta criar as condições para a votação no Congresso em duas ou três semanas. O presidente do Comitê Nacional Republicano, Michael Steele, chamou os esforços de Obama para aprovar no Congresso a nova legislação da saúde antes do recesso de agosto de “experiência imprudente”.
“O presidente está apressando essa experiência pelo Congresso tão rápido e tão cedo, que ainda não tivemos um momento para pensar se ela funcionaria – ou pior, para pensar sobre as consequências à nossa nação, à economia e ao futuro econômico de nossas famílias se não funcionar”, disse ele no National Press Club.
O governo esforçou-se para superar as preocupações entre democratas conservadores de que os governos estaduais e federal, já sobrecarregados, não sejam capazes de estender o sistema de saúde para os cerca de 46 milhões de não segurados.
Na semana passada, analistas do orçamento do Congresso disseram que o plano acrescentaria 239 bilhões de dólares ao déficit orçamentário ao longo de 10 anos, gerando dúvidas em torno da promessa de Obama de manter o plano dentro do orçamento.
A reforma de 2,5 trilhões de dólares na indústria da saúde dos EUA é a prioridade doméstica de Obama e um importante teste à sua presidência, mas ele está ficando sem tempo para aprovar legislação ainda este ano.
O adiamento para 2010, ano de eleição no Congresso, pode tornar mais difícil a obtenção de um acordo final.
Uma pesquisa do Washington Post e da ABC News realizada na semana passada indicou que a aprovação de Obama nesta questão caiu para 49%, ante 57% em abril, e a desaprovação subiu de 29% para 44%.
Mas o apoio ao plano no Congresso segue forte entre seus colegas democratas, com amparo de 75%, contra os mais de 75% dos republicanos que se opõem ao pacote.
Fonte: Reuters