Com fim de negociações, Zelaya anuncia retorno a Honduras

OEA adverte que rejeição dos golpistas ao plano apresentado pela Costa Rica pode gerar violência e Mercosul fará nova declaração de apoio a presidente deposto

O presidente deposto, Manuel Zelaya, estava disposto a aceitar o governo de coalização proposto pela Costa Rica, mas rechaçado pelos golpistas de Honduras (Foto: Agência Bolivariana de Notícias)

Manifestantes realizam nesta segunda-feira (20) em Honduras o primeiro ato público depois da rejeição do governo golpista ao plano de redemocratização apresentado pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias. A proposta apresentada no fim de semana tinha como ponto principal o retorno ao poder de Manuel Zelaya, presidente deposto no fim de junho.

Depois do fracasso das conversas, Oscar Arias declarou que vai manter os esforços por mais 72 horas. Manuel Zelaya afirmou que vai esperar o fim do prazo e, depois, retorna a Honduras. O plano é voltar no próximo fim de semana, quando o golpe completa um mês. A primeira tentativa de retorno fracassou graças ao fechamento do aeroporto da capital, Tegucigalpa, e na sequência os militares reprimiram os manifestantes pró-Zelaya.

O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, declarou não entender o porquê do governo golpista de Roberto Micheletti não aceitar a proposta costa-riquenha e advertiu que “corre-se o risco de que a situação saia de seu percurso normal e tenhamos algo que não queremos ter: violência”. Para Insulza, “este é um golpe que fracassou, (eles) têm que reconhecer isso”.

Cúpula do Mercosul

Marcada para o fim de semana em Assunção, Paraguai, a Cúpula do Mercosul emitirá um documento de apoio ao governo deposto. Além do país anfitrião, o encontro terá a participação de outras sete nações, incluídos Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela. Os presidentes de Chile, Bolívia e Equador participarão como convidados.

Segundo o ministro de Relações Exteriores paraguaio, Héctor Lacognata, Zelaya foi convidado para participar da reunião, mas dificilmente estará presente. “Não há um convite oficial e, conversando pessoalmente há alguns dias com a chanceler de Honduras Patricia Rodas, ela expressou que existiam muitas dificuldades para a presença do presidente Zelaya,” explicou Lacognata.