Para Correa, com Alba países são donos do próprio destino

Presidente do Equador esclarece, durante adesão ao bloco, que não está se afastando de outros organismos multilaterais

CARACAS – O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou na quarta (24) que a Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba) é um projeto político que permite aos países latino-americanos “serem donos de um destino, do projeto socialista”, durante seu discurso de adesão ao bloco.

A 6ª Cúpula Extraordinária da Alba ocorre na Venezuela. O principal tema da agenda do encontro é a integração plena de três novos membros: Equador, São Vicente e Granadinas e Antígua e Barbuda.

Em seu primeiro discurso como membro do grupo (composto ainda por Venezuela, Bolívia, Cuba, Nicarágua, Honduras e Dominica), Correa fez questão de ressaltar que sua entrada na Alba não significa um “afastamento” dos mecanismos de integração como a Comunidade Andina das Nações, o Mercosul e a Caricom.

Já o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Goncalvez, explicou que a adesão de seu país à Alba se deve ao projeto do bloco de uma “democracia social, focada nos pobres e trabalhadores”.

Por sua vez, o presidente de Antígua e Barbuda, Winston Baldwin Spencer, destacou que os povos pobres que sofreram com os modelos de dominação imperialista vêem a possibilidade de renascer na Alba, que “respeita sua livre determinação”.

De modo geral, as críticas à hegemonia norte-americana e aos projetos neoliberais, como a fracassada Área de Livre Comércio das Américas (Alca), foram a tônica dos discursos dos três novos membros da Alba.

O anfitrião da cúpula, o presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que o grupo “vai impulsionar um comércio justo”, ao passo que “manter a Alca seria nos condenarmos à dependência”. O mandatário também afirmou que “nunca como hoje é tão imperativa a integração” dos povos latino-americanos.

No primeiro dia de encontro, os membros da Alba também estabeleceram a criação do Conselho de Complementação Econômica e o Conselho Social, que visam incentivar programas de intercâmbio, investimento em produção e projetos sociais.