Justiça confirma prisão de acusado de matar Victor Jara

Ex-soldado afirmou em maio que era o responsável pelo assassinato ocorrido durante a ditadura de Pinochet, mas logo depois voltou atrás

A Segunda Sala da Corte Suprema do Chile confirmou nesta quinta-feira (25) a prisão preventiva contra o ex-soldado José Adolfo Paredes Márquez, processado como autor do homicídio do cantor Victor Jará em 15 de setembro de 1973.

A resolução foi adotada pelos juízes Nibaldo Segura, Jaime Rodríguez, Rubén Ballesteros, Hugo Dolmestch e Carlos Künsemüller, que rechaçaram o recurso de amparo interposto pelo advogado do ex-militar a fim de reverter a medida cautelar contra seu cliente.

O advogado de acusação, Neson Caucoto, comemorou a medida, mas destacou que agora é o momento de “dar um passo qualitativo na investigação, o que significa saber o que disse o acusado, quem está com ele, investigar essas pessoas, ou seja, estabelecer a responsabilidade de seus superiores”.

O processado, que confessou o crime em 27 de maio, logo voltou atrás e afirmou que o então tenente Nelson Edgardo Haase Mazzei, comandante do pelotão, foi quem disparou contra Victor Jara. José Adolfo Paredes Márquez, de 54 anos, está detido em uma prisão de segurança máxima de Santiago.

De acordo com as investigações judiciais, em 1973 o ex-soldado cumpria o serviço militar obrigatório e estava a cargo da custódia dos presos políticos levados ao Estádio Chile, então convertido em centro de detenção. Foi nesse local que Victor Jara foi torturado e morto com 44 disparos.

Em função da mudança de versão de Paredes, no início do mês a Justiça chilena determinou a exumação do cadáver do cantor para fazer exames que possam comprovar a autoria do assassinato.

Victor Jara é uma das mais de três mil vítimas, entre mortos e desaparecidos, que deixou a ditadura de Augusto Pinochet, militar que chegou ao poder dando um golpe de Estado no presidente constitucional Salvador Allende. O artista foi detido um dia depois de as forças militares invadirem a Universidade Técnica Metropolitana, onde trabalhava como professor. 

Com informações da Telesur.

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