Fidel diz que OEA é ‘cúmplice’ de crimes contra Cuba

Em artigo, ele acusou a Organização dos Estados Americanos de apoiar o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas

Fidel Castro e o irmão, Raul, têm dito frequentemente que a eles não interessa retornar à OEA (Foto:CubaDebate)

Havana – O ex-presidente cubano Fidel Castro disse em texto publicado nesta quarta-feira (3) que a Organização dos Estados Americanos (OEA) é “cúmplice” de crimes contra o seu país.

Uma assembleia da OEA que acontece em Honduras está discutindo nesta semana a reintegração de Cuba ao organismo regional, que expulsou a ilha comunista em 1962, durante a Guerra Fria.

Na terça-feira, não houve consenso entre os chanceleres americanos a respeito da volta de Cuba ao sistema regional. Havana declarou recentemente que não tem interesse em voltar à OEA, mas vários países latino-americanos defendem a reintegração incondicional, entendendo que isso estimularia a reaproximação de Cuba com os EUA.

“A OEA foi cúmplice de todos os crimes cometidos contra Cuba,” disse Fidel no artigo publicado pela imprensa oficial da ilha, sob o título “O Cavalo de Troia.” “Em um momento ou outro, a totalidade dos países da América Latina foram vítimas das intervenções e agressões políticas e econômicas. Não há um só que possa negá-lo.”

No artigo, Fidel, que se afastou do poder desde 2006 por motivos de saúde, acusa a OEA de ter apoiado “o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas.”

“A ignorância, o subdesenvolvimento, a dependência econômica, a pobreza, a devolução forçosa dos que emigram (…), o roubo de cérebros e até as armas sofisticadas do crime organizado foram as consequências das intervenções e do saque procedentes (da América) do Norte,” disse Fidel.

Os EUA mantêm um embargo econômico contra Cuba há quase cinco décadas, e dizem que o país deveria prestar contas sobre a situação de seus direitos humanos e direitos individuais para ser readmitido na OEA.

“Cuba, um pequeno país, demonstrou que se pode resistir ao bloqueio e avançar em muitos campos e inclusive cooperar com outros países,” acrescentou o veterano revolucionário, para quem a OEA é uma organização “repugnante e infame.”

Fonte: Reuters

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