Pesquisa sem Serra não divulgada é ‘erro técnico’, diz Sensus

Ao divulgar a 100ª edição da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Instituto Sensus deixou de tornar público o resultado de uma das perguntas que simulava um […]

Ao divulgar a 100ª edição da pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o Instituto Sensus deixou de tornar público o resultado de uma das perguntas que simulava um cenário eleitoral sem o governador de São Paulo (SP), José Serra (PSDB). Os dados foram descartados pelo instituto para o relatório final do levantamento por considerar que se tratava de uma pergunta inadequada, um “erro técnico”.

A pesquisa cujos resultados foram divulgados na segunda-feira (1º) traz simulações com duas listas, uma com e outra sem o deputado Ciro Gomes (PSB). No questionário disponível na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde ficam registradas todas as enquetes eleitorais em 2010, a questão 24 apresentava um cenário em que Serra não aparecia como candidato.

Procurada, a CNT afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que recebe os dados totalizados do instituto. A entidade desconhecia os resultados aferidos e os motivos da exclusão.

Ricardo Guedes, diretor-técnico do Instituto Sensus, confirma que a opção de descartar as respostas foi da empresa de pesquisa. Em entrevista ao Na Rede, Guedes sustenta que “não existe a possibilidade de não haver um candidato do PSDB à Presidência”. Por isso, o resultado foi descartado.

Reprodução

Questionado se, pela curiosidade do repórter, poderia revelar o resultado, Guedes afirma que Dilma ficaria na frente, mas reitera que não há valor na informação. “Não posso deixar o Instituto divulgar um dado sem validade”, sentencia. Sem Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais, tucano listado alternativamente a Serra, nenhum outro nome foi incluído.

Os demais dados do levantamento mostraram um empate técnico entre Dilma e Serra no cenário em que Ciro Gomes também é listado. Quando o deputado socialista está fora, a vantagem de Serra aumenta. Para Roberto Amaral, vice-presidente nacional do PSB, os dados favorecem a tese das duas candidaturas governistas.

Que conste

O que intrigou este blog ao não ver os resultados da terceira lista divulgados foi o fato de isso ocorrer diante de análises de que Serra não sairia candidato à sucessão de Lula caso sua vantagem sobre Dilma se reduzisse. O risco de trocar uma disputa difícil ao Planalto poderia não valer a pena, segundo esses analistas, especialmente diante da suposta facilidade que o tucano teria para se reeleger em São Paulo.

A ponderação de Guedes é bem pertinente. Mesmo que um cenário sem Serra seja possível, a ausência de um nome da oposição é completamente improvável. Vale lembrar que o PSB de Ciro e o PV de Marina Silva compõem a base de governo de Lula.

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