Para jornal argentino, Serra errou ao tentar fazer de Dilma uma “terrorista abortista”

Destacando baixo nível da campanha, Página12 elenca Folha de S. Paulo, Papa Bento 16 e tumulto provocado como últimas esperanças para o tucano

(Foto: CNI/Divulgação)

São Paulo – O jornal Página12 desta sexta-feira (29) elenca as últimas esperanças para o candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra. O repórter Santiago O’Donnell, correspondente do diário argentino em São Paulo, afirma que falhou o jogo de baixo nível de tentar colocar Dilma como “terrorista lésbica abortista.”

Agora, restam ao tucano três esperanças, avalia O’Donell. A primeira, principal receio do PT, é a movimentação da Folha de S. Paulo na tentativa de distorcer a vida de Dilma Rousseff durante a ditadura. A segunda é a declaração do Papa Bento 16 na quinta-feira (28) a respeito das conexões entre eleições e aborto. Serra, de imediato, aproveitou a ocasião e aparece nos jornais desta sexta aos beijos com a imagem de uma santa.

A terceira é que se produzam tumultos durante as passeatas programadas para esta sexta. Como havia alertado Marilena Chaui, filósofa e professora da USP, o PT trabalha com a possibilidade de que o PSDB tente armar alguma confusão com manifestantes “fantasiados” de petistas, produzindo imagens para a propaganda eleitoral de Serra que não teriam tempo de ser desmentidas por Dilma.

O jornalista argentino tem como centro de seu texto o diretório do PT, no qual, diz, ninguém descansa um minuto na detecção da chamada “bala de prata” contra a candidatura Dilma ou dos boatos espalhados pela internet. A surpresa é que a mobilização se mantenha mesmo com os 15 pontos que as pesquisas dão de vantagem à candidata da situação.

A questão é que, após a surpresa do primeiro turno, ninguém que dar chance ao azar. Mais que isso, o jogo baixo do segundo turno levou a uma enorme mobilização de artistas, intelectuais e militantes em torno da candidatura. Como diz O’Donnell, “três dias de campanha podem ser uma eternidade.”