O verão é a cara de Peruíbe

A cidade recebe em torno de 20 mil turistas entre os meses de dezembro e fevereiro

A economia aumenta com os turistas de final de semana (Fotos: Enio Lourenço)

Todos os anos, de dezembro a fevereiro, os rios, as cachoeiras e os 30 km de praias – além da Estação Ecológica da Jureia, um dos patrimônios naturais mais significativos do país – de Peruíbe mantêm sua vocação e recebem grande quantidade de turistas. São 20 mil os veranistas que chegam à cidade nos fins de semana, segundo a Secretaria de Turismo da Prefeitura. Só em dezembro foram 200 mil visitantes, entre o Natal e o Ano Novo. As rotas culturais consagradas e os eventos culturais da temporada – shows de Lulu Santos, Alexandre Pires, NxZero e Roupa Nova – aquecem a economia da cidade. Ainda que velhos problemas estruturais da Baixada Santista se mantenham, o verão é a cara da cidade.

A professora estadual Célia Cernieski, 55, moradora da vizinha Mongaguá, prefere vir a Peruíbe nas férias de verão, devido à conservação e limpeza das praias, diferente de sua cidade. “Há muito tempo, Peruíbe se destaca no litoral sul pela limpeza da praia e do mar. Existem lixeiras, não se veem copos e garrafas jogados na orla.” Cíntia Cernieski, 32, paulistana e sobrinha de Célia, completa: “A cidade é mais organizada e a qualidade do ar é melhor ”.

Segundo a Associação Comercial e Empresarial de Peruíbe (ACEP), a expansão do crédito e o aumento do consumo em dezembro e janeiro tiveram crescimento de 9,09% em relação a igual período do ano anterior. Uma das famílias beneficiárias dessa  onda desenvolvimentista é a Santos, com o Carrinho do Alemão, que eles mantêm na praia do Centro. “É a principal fonte de renda do meu filho. De novembro a fevereiro, a gente fica todo o dia, das 

8 h às 17 h, com o carrinho na praia. No resto do ano, ele vem apenas nos feriados prolongados e se o clima estiver bom. Senão os gastos para vir trabalhar são maiores do que os lucros” – conta Roberto Alves dos Santos, 60, o pai de Alan Meggliolaro dos Santos, o Alemão.

A esposa de Alan, Michele Ferreira, de 25 anos, comenta que a família vai para a quarta temporada com o carrinho de comidas e bebidas na praia. A atividade comercial da família é registrada e envolve uma tributação anual da Administração Pública.“Durante o resto do ano, o meu marido é pintor de parede. Mas no verão ele se dedica ao carrinho, porque dá mais lucro para nós.”

 

Filas, falta d’água, lixo e violência: os problemas

Antônio Carlos, gerente da rede Krill (Foto: Enio Lourenço)

Na Baixada Santista, o verão traz problemas de infraestrutura: as filas nos supermercados e padarias, a falta de água e energia, a maior produção de lixo, violência, etc. O gerente da Rede Krill Supermercados de Peruíbe, Antônio Carlos Miranda, 47, conta que a loja contratou 60 profissionais para o verão, mas não resolveu a fila do pãozinho. “Os clientes triplicam e as fornadas são insuficientes, pois o pão precisa de um tempo para a massa ficar pronta.” Miranda relembra que de 12 a 25 de dezembro, o mercado dispôs de um gerador de energia, para se precaver de alguma queda súbita. “Mas desta vez foi a água que faltou no Natal e no Ano Novo.” 

Por meio de nota, a assessoria de comunicação da Prefeitura assegurou que em 2013 não houve desabastecimento de água e energia na cidade. Ela relata que a Operação Verão, da Polícia Militar (que amplia o efetivo de policiais na cidade), foi bem-sucedida e “não registrou ocorrência importante na praia e imediações, em janeiro”. “A PM também intensificou as ações de fiscalização da chamada Lei Seca, para coibir casos de direção imprudente sob os efeitos do álcool. Houve operações para fiscalizar eventuais abusos de perturbação e sossego, como o uso de aparelhos de som nos horários que são proibidos por lei” – conclui a nota.