Turismo

A força que pode girar a economia de Itariri

Prefeitura começa a dar os primeiros passos no setor

Itariri possuí 56 cachoeiras catalogadas (Foto: Lauany Rosa) <span></span>Trilhas são opções de passeio para turistas que buscam aventura e integração com a natureza (Foto: Lauany Rosa) <span></span>Mata virgem, rios e cachoeiras são os cartões postais de Itariri (Foto: Lauany Rosa) <span></span>Rapel, rafting, canoagem e trilhas são algumas das opções de passeios de aventura (Foto: Lauany Rosa) <span></span>

Em meio às dificuldades financeiras, o turismo ecológico pode ser a alternativa para ajudar no crescimento da economia municipal. O Rio do Azeite, o Rio Itariri e os demais ao lado das 56 cachoeiras catalogadas podem ser a saída para a geração de emprego e renda em Itariri. No entanto, em contrapartida, a falta de estrutura para receber os visitantes é o maior empecilho para a expansão do setor. Pensando nisso, a prefeitura decidiu investir para Itariri se tornar uma cidade turística.

Para o coordenador da empresa Equipe Selva Ecoturismo & Aventura, Vagner La Luna, Itariri possui grande potencial para criar e estruturar projetos voltados ao turismo ecológico, rural e de aventura. “Com o desenvolvimento de projetos é possível divulgar roteiros e aumentar a demanda turística.” La Luna diz que o aumento de turistas irá gerar um excelente retorno financeiro para a cidade. “Aumenta a procura por hospedagem, alimentação e pelos comércios. O turismo auxilia no desenvolvimento econômico e todo mundo tem opções de ganhar com ele.”

A prefeita Rejane Silva (PP) afirma que o projeto vai demorar para apresentar mudanças efetivas para a cidade. “É um projeto a longo prazo. Nós iniciamos esse processo agora, mas estamos cientes de que é um trabalho que deve ser desenvolvido ao longo dos anos e dos mandatos. Os resultados vão demorar, mas alguém tinha que começar a mexer com turismo em Itariri.” As expectativas da prefeita são positivas. “Nossa esperança é conseguir parcerias para gerar empregos e fazer com que Itariri se torne uma estância turística. Se conseguirmos os recursos, a melhoria na estrutura da cidade e as mudanças ocorrerão gradativamente”, conclui Rejane.

O diretor de turismo, Felipe Júnior, espera que em dezembro Itariri já possua mínimas condições para receber os turistas nos festejos de final de ano. “A Praça do Coreto vai abrigar o departamento de Turismo, um posto de informações e outros três espaços destinados ao artesanato e feiras.” Outra iniciativa foi a criação do Conselho Municipal de Turismo (Comtur), que é composto por representantes dos setores público, privado e sociedade civil.

A simples existência do Comtur já gerou parcerias importantes à cidade, como fazer parte do circuito turístico do Vale do Ribeira, que visa desenvolver o turismo de toda a região, por meio de parcerias com empresas, pequenos empreendedores e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) – este será o responsável pela capacitação de empregadores e funcionários do ramo turístico.

Hoje Itariri possui nove comerciantes na área de alimentação e seis na área de hospedagem inscritos no projeto. Estes empreendimentos vão compor um catálogo de serviços do Vale do Ribeira, que indicará aos turistas os locais que estão aptos a recebê-los. “Nós sabemos que a nossa realidade têm mais comerciantes. Porém, a ideia do catálogo não é trabalhar com quantidade, mas sim a qualidade”, afirma Felipe.

Ainda de acordo com o secretário, os cursos e seminários voltados para comerciantes acontecem até novembro nas cidades de Registro e Iguape. “Nesse período, eles aprendem a fazer a recepção, o check-in, o check-out, a venda e o pós-venda, para manter o cliente na cidade. Aprendem como tratar e fidelizar os turistas.” Após a capacitação dos empregadores, a população também terá a oportunidade de se credenciar para futuras contratações. “Serão oferecidos cursos de turismo de aventura, inglês, espanhol e linguagem brasileira de sinais (libras). Mais para a frente existirão cursos de atendente, camareira, garçom, entre outros.”

A previsão é de que até dezembro dez monitores ambientais estejam formados para auxiliar durante o perío-do de maior inserção de turistas no município. “É um número pequeno, mas conforme o turismo for crescendo, acreditamos que novos empregos sejam gerados”, conta Felipe. Para La Luna, o turismo também é uma ferramenta de conscientização pública. “Durante roteiros de aventura ou esportes radicais, dá para conversar sobre a importância da preservação do meio ambiente.” Na alta temporada, o diretor de Turismo planeja implantar o programa “Joga Fora no Lixo”, para incentivar o descarte de resíduos sólidos em local adequado.

Felipe Júnior também acredita que este é o momento de entrar em contato com o Ministério do Turismo, a fim de conseguir recursos e promover melhorias, como a construção de pontes e sinalização. “O turismo é a bola da vez enquanto fonte econômica. Você gera renda, capacita a população e desenvolve o turismo rural.”

Com o desenvolvimento do setor, a Prefeitura prevê que entre um ou dois anos haja conscientização e mobilização da população, para entender o turismo e quais os benefícios e malefícios trazidos por ele. A médio prazo, entre dois e cinco anos, o intuito é que a cidade consiga obter uma infraestrutura sólida, com hotéis e restaurantes preparados para receber os turistas. A longo prazo, de cinco a dez anos, o objetivo é que a cidade seja reconhecida como estância turística e comece a receber eventos de grande porte, com parcerias que ampliem o investimento na economia local.