Parque Imperial, um bairro que não tem quase nada

Em março, o Jardim Silveira deu o pontapé inicial nesse projeto que fora paralisado no mandato de Rubens Furlan

Parque Imperial com o projeto Prefeito no seu Bairro (Foto Divulgação)

No dia 13 de abril, o prefeito de  Barueri  Gil Arantes (DEM), a primeira dama Sílvia Arantes, o vice-prefeito Jaques Munhoz (PTB), alguns secretários, vereadores e funcionários municipais estiveram no Parque Imperial com o projeto Prefeito no seu Bairro, que leva alguns serviços à população – corte de cabelo, emissão de RG e carteira de trabalho, fotos para documentos, medição de pressão arterial e oftalmologia, entre outros –, além de atrações culturais e educacionais.
O Parque Imperial possui altos índices de gravidez na adolescência e de violência doméstica. Mas a grande reclamação da população é o transporte coletivo – “os ônibus são caros e lotados”– e a saúde. “Minha filha morreu porque não havia ambulância para levá-la ao hospital” ― conta Maria Dejanira Alves de Lima, que mora lá há 22 anos. “Os postos médicos e hospitais não têm pronto atendimento e poucas especialidades. Quando preciso de médico, tenho de ir aos bairros vizinhos.” Mesmo com cerca de 30 mil habitantes, o Parque Imperial não possui agência bancária, o que obriga os moradores a se deslocar para pagar uma conta.
O vice-prefeito Jaquez Munhoz (PTB) culpa a administração anterior pelos problemas do bairro. Jaques, ex-vereador, ex-presidente da Câmara e ex-vice-prefeito na gestão de Rubens Furlan (PMDB) de 2005 a 2008 rompeu com ele e se aliou a Gil Arantes na última eleição. “Nos últimos oito anos não houve investimento na infraestrutura”. Sobre o desafogamento de veículos em Alphaville-Tamboré, ele diz que é preciso resolver a saída da rodovia Castelo Branco e do Rodoanel. Acerca das ciclovias, ele acha que é preciso fazer um estudo topográfico da cidade. “Barueri é uma cidade com muito morro, o que torna a ciclovia é inviável em alguns lugares”.
Segundo os membros do Grupo Mobilidade Urbana (Barueri, Santana de Parnaíba, Osasco e Carapicuíba), a topografia da cidade não é um obstáculo aos ciclistas, pois quanto mais se andar de bicicleta mais resistência os praticantes irão ter. Eles citam o exemplo de Sorocaba, que tem a topografia semelhante a de Barueri, e o projeto compreende 100 km de ciclovias. Veja em <www.sorocaba.sp.gov.br>.
Indagado sobre o subsídio das passagens de ônibus pela Prefeitura, ― Barueri tem orçamento que beira R$ 2 bilhões por ano, ― Jaques diz que “não adianta subsidiar a passagem tirando o investimento na saúde.” Sobre o plano Tarifa Zero (www.tarifazero.org) , ele garante que houve um “grande erro” do ex-prefeito Rubens Furlan. “Na época, eu  pedi a ele para fazer um estudo sobre a Tarifa Zero, mas ele gastou R$ 400 milhões pra fazer um estádio; com R$ 400 milhões da pra deixar a Tarifa Zero em Barueri por 10 anos. Eu investiria no transporte público em vez de fazer um estádio, que hoje é um elefante branco”.