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Polícia israelense ataca e deixa 300 palestinos feridos na Esplanada das Mesquitas

Militares dispararam balas de borracha e bombas contra civis durante tensões criadas pela marcha israelense do Dia de Jerusalém, marcada para ocorrer este ano no mês do Ramadã

Twitter / PalestineRCS
Twitter / PalestineRCS
Cerca de 200 feridos precisaram ser levados a hospitais

São Paulo – Cerca de 300 palestinos ficaram feridos nesta segunda-feira (10) após ação de forças policiais israelenses na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém. O local abriga a mesquita de Al Aqsa e Domo da Rocha formando o mais sagrado conjunto arquitetônico do islamismo depois das cidades de Meca e Medina. Nove policiais também ficaram feridos.

A escalada da violência teve início nos últimos dias e coincide com o Dia de Jerusalém do calendário judaico. A data marca a conquista da parte leste da cidade por Israel em 1967 durante a Guerra dos Seis Dias. A manifestação, que inclui a marcha de judeus na Esplanada das Mesquitas, é vista pelos palestinos como um ato de provocação. Este ano, a marcha coincide com o mês sagrado muçulmano do Ramadã. O confronto nesta segunda ocorreu também em meio a protestos nos arredores contra o despejo de famílias árabe-israelenses para dar lugar a colonos judeus.

Ataque na Esplanada das Mesquitas

A polícia atacou com balas de borracha, granadas de atordoamento e gás lacrimogêneo os palestinos, que responderam com paus e pedras. Quatro horas após o início da ação, os militares deixaram o local e proibiram os israelenses de se dirigirem para a Esplanada das Mesquitas. Dos aproximadamente 300 feridos, cerca de 200 precisaram de atendimento hospitalar sendo cinco em estado crítico.

Na sexta-feira (7), outras 200 pessoas ficaram feridas em confrontos similares na mesma Esplanada das Mesquitas. No dia seguinte e no domingo (9) os confrontos foram em outras áreas de Jerusalém Oriental, com um balanço de mais de 100 feridos, segundo a organização Crescente Vermelho.

Resposta e repercussão

“Irromper na mesquita de Al Aqsa é um crime cometido pela ocupação”, afirmou, por meio do seu perfil no Twitter, segundo a Telesur, Husein al Sheij, ministro de Assuntos Civis e membro do comitê central do Al-Fatah. “A cúpula palestina está examinando todas as opções para responder a essa atroz agressão com os lugares santos e os cidadãos.”

No final do dia, pelo horário local, sete mísseis foram disparados pelo Hamas de Gaza em direção a Israel, segundo noticia o The New York Times. De acordo com o exército israelense, um foi interceptado pelo sistema de defesa do país e outro caiu numa vila em uma região montanhosa, causando apenas danos materiais. Ao mesmo tempo, militantes da Jihad Islâmica dispararam contra um tanque ferindo o piloto.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou profunda preocupação com a violência e conclamou que Israel pare os despejos e as demolições em respeito a regulamentações internacionais de direitos humanos. “As autoridades israelenses devem exercer a máxima contenção e respeitar o direito à liberdade de reunião pacífica. Todos os líderes têm a responsabilidade de agir contra os extremistas e protestar contra todos os atos de violência e incitamento”, afirmou em nota oficial.

*Com informações de Opera Mundi, AFP, The New York Times e Telesur

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