Rio defende com emoção 1ª olimpíada sul-americana

'Chegou a nossa hora', disse o presidente Lula, durante seu discurso, em Copenhague

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (esq) apresenta a candidatura do RIo de Janeiro para as Olimpíadas de 2016 (Foto: Reuters/Denis Balibouse)

Copenhague – O comitê da candidatura carioca às Olimpíadas de 2016 ressaltou o ineditismo dos Jogos na América do Sul e a beleza da cidade em sua última apresentação ao Comitê Olímpico Internacional (COI), nesta sexta-feira (2), em Copenhague.

“Chegou a nossa hora”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante seu discurso. “Entre as dez maiores economias do mundo, o Brasil é o único país que não sediou os Jogos Olímpicos”, argumentou, lembrando que a América do Sul também nunca sediou o evento.

“Essa candidatura não é só nossa, é também da América do Sul, um continente com quase 450 milhões de homens e mulheres e cerca de 180 milhões de jovens, um continente que, como vimos, nunca realizou os Jogos Olímpicos. Está na hora de corrigir esse desequilíbrio”, afirmou.

“É hora de acender a pira olímpica em um país tropical, na mais linda e maravilhosa cidade: o Rio de Janeiro”.

Falando em francês, o ex-presidente da Fifa João Havelange abriu a apresentação e convidou os membros do COI a comemorar seu 100º aniversário na cidade com a realização dos Jogos.

“Hoje eu tenho um sonho, sonho de ver a história ser feita com a realização dos primeiros Jogos Olímpicos na América do Sul em 2016”, disse ele, que também é membro e eleitor do COI.

Veja o vídeo da candidatura

Na sequência, o presidente da candidatura do Rio, Carlos Arthur Nuzman, contou sua história no esporte desde atleta olímpico até dirigente. Ele creditou ao presidente Lula o momento de crescimento vivido pelo Brasil em diferentes áreas.

Ao som de “Aquele Abraço”, de Gilberto Gil, cantada em inglês e português, os organizadores exibiram a vida esportiva dos cariocas nas praias, pontos turísticos, o Carnaval e os Jogos Pan-Americanos de 2007 realizados na cidade.

Quatro línguas

Lula discursou em português, mas a maior parte das falas foi em inglês. Havelange e Nuzman abriram a apresentação em francês, e o prefeito do Rio, Eduardo Paes, também fez parte de seu discurso em espanhol.

Também falou o secretário-geral da candidatura, Carlos Roberto Osório, responsável ao lado de Paes por detalhar as arenas e projetos propostos pelo Rio para os Jogos.

A medalhista olímpica de vela nos Jogos de Pequim Isabel Swan representou os atletas e citou Pelé, presente na sessão do COI, mas que não discursou.

O último apelo foi feito por Nuzman, que voltou ao microfone para exaltar a oportunidade de levar os Jogos a um novo território. A defesa do Rio contou com outro vídeo ao final, em que uma vista aérea dos anéis olímpicos formados por centenas de pessoas na praia encerrou a apresentação.

O COI escolherá entre Chicago, Madri, Rio de Janeiro e Tóquio em uma votação após apresentações das quatro cidades. O Rio foi a terceira cidade a defender sua candidatura, após Chicago e Tóquio.

Legado

A candidatura do Rio foi questionada, na sessão de perguntas após a apresentação, sobre o legado dos Jogos na cidade. Para o governador Cabral, o Brasil é quem mais ganhará com a realização do evento.

“(A cidade do Rio) é a que receberá o maior legado para seu povo, em infraestrutura, em transporte, em meio ambiente, em qualidade de vida”, disse. “Mas o maior benefício para o nosso povo é a nossa auto-estima, não só aos cariocas, mas aos brasileiros e aos sul-americanos”, completou Cabral, que desta vez optou por falar com a “alma”, em português.

Lula respondeu sobre as garantias para a organização dos Jogos, principalmente por causa da Copa do Mundo de Futebol dois anos antes da Olimpíada de 2016. “Nós precisamos provar cada dia ao mundo que o Brasil resolveu se transformar em uma nação desenvolvida, uma nação capaz de recuperar no século 21 o que não conseguiu produzir no século 20”, disse o presidente.

A outra pergunta dos integrantes do COI foi sobre a legislação antidoping do Brasil. Nuzman respondeu que o país permite investigações sobre o assunto.

Fonte: Reuters