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Diretoria do Atlético Mineiro repudia grito homofóbico de torcida pró-Bolsonaro

Durante clássico, torcedores atleticanos cantaram que o presidenciável do PSL 'vai matar veado', referindo-se aos cruzeirenses. Atitude é criticada por jornalistas e grupo LGBT atleticano

Bruno Cantini/Atlético

‘Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência’, declarou o clube

São Paulo – Parte da torcida do Atlético-MG que compareceu ao Mineirão no domingo (16), no duelo contra o Cruzeiro, válido pelo Campeonato Brasileiro, fez um cântico homofóbico para torcedores rivais. O grito fez menção ao candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. “Ô cruzeirense, toma cuidado: o Bolsonaro vai matar veado”, cantaram durante o intervalo. Em nota, o clube repudiou o fato.

A diretoria do Atlético se manifestou por meio de um vídeo nas redes sociais e uma nota. O clube afirma que enfrenta o preconceito e a discriminação. “O Atlético-MG lamenta profundamente as manifestações homofóbicas de parte dos torcedores. Reiteramos nosso repúdio a quaisquer gestos de preconceito ou de incitação à violência. A maior torcida de Minas é composta por pessoas de todas as classes sociais, raças e gêneros, não cabendo qualquer tipo de discriminação”, diz o texto.

De maneira quase instantânea, torcedores do próprio clube se manifestaram contra o cântico preconceituoso. A torcida Galo Queer, formada por atleticanos LGBTs, afirma que o grito “incita diretamente o assassinato de homossexuais”. “O artigo 13 do Estatuto do Torcedor garante que não se deve incitar atos de violência no estádio, qualquer que seja a sua natureza, e ainda que não tenham cânticos discriminatórios, racistas ou xenófobos. O Galo deve ser amor e não intolerância”, afirmou.

Jornalistas esportivos também se manifestaram sobre o caso. “O ídolo Reinaldo deve estar envergonhado depois do que alguns torcedores cantaram hoje no Mineirão”, disse Mauro Cezar Pereira, comentarista da ESPN Brasil. André Rizek, jornalista do SporTV, também criticou a atitude. “Homofobia não pode ser aceita por ninguém com um pingo de caráter”, lamentou.

 

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