Dia de decisão

Real Madrid e Juventus – uma final que vai fazer história

Além da enorme tradição e da força de ambos os times, finalistas da Liga dos Campeões da Uefa têm a oportunidade de conseguirem feitos inéditos (ou quase) com o título do torneio

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Depois de oito anos de Barça, Daniel Alves repete na Juve a rivalidade com Ronaldo, que pode igualar Messi na artilharia da Champions

São Paulo – A partir das 15h45 deste sábado, em Cardiff, no País de Gales, Real Madrid e Juventus entram em campo para disputar a final da Liga dos Campeões da Uefa, a Champions League, com um histórico equilibrado entre ambos. Em 18 partidas disputadas, são oito vitórias de cada lado e dois empates. No saldo de gols, a vantagem é juventina: 21 gols marcados, contra 18 dos espanhóis. Mas, em finais continentais, eles se cruzaram uma única vez.

Na temporada 1997/1998, o Real de Seedorf, Roberto Carlos e Redondo, enfrentou a Juventus de Ilgner, Davids e… Zidane, hoje técnico da esquadra merengue. Mas foi o montenegrino Mijatovic que anotou, para os madrilenhos, o tento que deu o sétimo título da Liga ao clube. Essa final disputada em Amsterdã sacramentou uma espécie de “maldição” para o clube italiano, já que se completam 21 anos desde sua última conquista na competição, em 1995/1996, quando os madrilenhos foram derrotados nas semifinais.

Ainda que não tenha mais vencido a Champions, a Juventus, desde aquela final de 1998, levou a melhor nos dois confrontos eliminatórios que tiveram. Na semifinal de 2002/2003, a equipe de Buffon, Trezeguet e Del Piero superou o Real de Zidane, mas acabou derrotada na final pelo Milan. Já 2004/2005, o duelo se deu nas oitavas de final, com Zalayeta definindo na prorrogação da segunda partida. Os juventinos acabaram desclassificados na fase seguinte pelo Liverpool, campeão da competição em decisão épica contra o Milan.

Os dois se enfrentaram ainda na fase de grupos da Liga depois disso. Na edição de 2008/2009, o encontro foi na fase de grupos, com os italianos superando os rivais nas partidas de ida e volta, conseguindo depois de 47 anos um triunfo na casa do adversário. O troco veio na temporada de 2013/2014, quando o Real venceu em casa e empatou fora, com Cristiano Ronaldo marcando três dos seus 17 gols na competição contra os italianos. Ao final, o atacante português foi eleito o melhor jogador do torneio e a equipe espanhola conseguiu, com um triunfo sobre o rival Atlético de Madrid, o seu décimo título.

O possível “doblete de oro” do Real

Embora seja o maior vencedor da Liga espanhola, com 32 títulos – o Barcelona tem 22 – e também o maior detentor de taças da Liga dos Campeões, com 11 conquistas, desde 1958 o time não consegue o chamado “doblete de oro”, vencendo as duas competições na mesma temporada. A chance é agora, já que no mês passado os madrilenhos se sagraram campeões nacionais.

Naquele ano, a vítima na final do torneio europeu foi uma equipe italiana, o Milan, derrotado na final por 3 a 2. A outra vez em que o Real venceu os dois campeonatos foi no anterior, em 1957, quando, mais uma vez, o adversário batido na decisão foi um time da Itália, a Fiorentina, com vitória espanhola por 2 a 0. A história vai se repetir?

A Juventus em busca do “triplete”

Neste sábado, a Juventus de Turim também pode fazer história. O clube é dominante em seu país: conquistou na semana passada seu sexto título nacional consecutivo, o 33º de sua trajetória – seriam 35, mas dois deles (2004/05 e 2005/06) foram retirados por conta de um escândalo de manipulação de resultados –, bem distante de Milan e Inter (18 cada). Também conquistou no mês passado sua 12ª Copa da Itália, podendo conquistar um “triplete” ou, como se diria no Brasil, a tríplice coroa.

Em caso de título da Liga dos Campeões neste sábado, a Juventus se tornaria a 8ª equipe a conquistar o campeonato e a Copa nacionais e a Champions na mesma temporada. Já fazem parte desse grupo Celtic de Glasgow, Ajax, PSV, Manchester United, Inter de Milão, Bayern Munich e Barcelona.

Máquina de gols contra muralha defensiva

A decisão da Liga dos Campeões opõe também o melhor ataque e a melhor defesa da competição. E mais recordes podem surgir daí. O Real já anotou 32 tentos em 12 jogos e, se fizer mais um, será o primeiro clube a marcar 500 vezes no torneio. E se esse gol for de Cristiano Ronaldo, o atacante iguala Lionel Messi como maior goleador desta edição.

Já a Juventus tomou somente três gols durante a Champions. Nem mesmo o poderoso ataque do Barcelona conseguiu vazar as redes do veterano Gianluigi Buffon em suas duas partidas válidas pelas quartas de final. O arqueiro pode se tornar também o atleta mais velho a conquistar o título europeu. Com 39 anos e 126 dias no dia da final, ele superaria Paolo Maldini, campeão com 38 anos e 331 dias quando liderou o Milan rumo no triunfo contra o Liverpool, na final de 2007

Decisão em estádio do Mundial de rugby

A final será disputada no Millenium Stadium, um estádio muito mais célebre por receber partidas de rubgy do que de futebol. Aliás, foi inaugurado em 1999 para receber o Mundial da modalidade. Com capacidade para 74,5 mil espectadores, deve receber menos do que isso na decisão da Liga dos Campeões por questão de segurança.

Cada clube contou com 18 mil entradas que custavam entre € 50 e € 500 aproximadamente R$ 183 e 1.830) para seus sócios, de acordo com o local do estádio e, em função da alta demanda, foram sorteadas para os associados interessados. Já nas plataformas de venda on-line, os ingressos variavam entre mil (R$ 3.660) e € 30 mil (quase R$ 110.000), neste caso, na zona vip.

 

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