São Paulo – O torcedor brasileiro já teve há algum tempo o hábito de acordar cedo nas manhãs de domingo para aguardar a vitória de um piloto brasileiro na Fórmula 1. Esse tempo, porém, ficou pra trás. A principal categoria do automobilismo inicia sua temporada na madrugada deste sábado para domingo (26), às 2h, com o Grande Prêmio da Austrália. E pode ser mais um ano sem triunfos do país.

Tudo indica que o campeonato de 2017 pode ser mais equilibrado que os dos últimos anos, quando houve predomínio quase absoluto da equipe Mercedes. Agora, a Ferrari pode disputar com condições melhores, ainda que a pole position da corrida inaugural tenha ficado com Lewis Hamilton. É a 62ª vez que o piloto britânico larga na frente em um GP, e a sexta na Austrália, igualando uma marca de Ayrton Senna.

O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, ficou ao lado de Hamilton no grid de largada, seguido por outro competidor da Mercedes, Valtteri Bottas, e por seu companheiro de equipe, Kimi Raikkonen. Felipe Massa, que havia anunciado no ano passado sua aposentadoria, larga na sétima posição em seu retorno à categoria e à equipe Willians.

O brasileiro, único piloto do país na modalidade, carrega uma responsabilidade nos ombros: tentar quebrar um incômodo jejum de vitórias do Brasil. A última foi de Rubens Barrichello, em 13 de setembro de 2009, quando conquistou o GP da Itália. Já a última vez que Massa subiu ao alto do pódio foi no GP de Interlagos de 2008, última prova da temporada, quando acabou perdendo o título para o britânico Lewis Hamilton.

Com oito campeonatos mundiais — dois de Emerson Fittipaldi, três de Nelson Piquet e três de Ayrton Senna — o Brasil é o terceiro país com mais títulos na Fórmula 1, perdendo somente para Alemanha, que tem 12, e Reino Unido, com 16. A primeira vez que um piloto brasileiro cruzou a linha de chegada em primeiro foi em 4 de outubro de 1970. Na ocasião, Emerson Fittipaldi, aos 22 anos, venceu o GP dos Estados Unidos, e seu triunfo assegurou o título póstumo a seu companheiro de equipe, Jochen Rindt, morto um mês antes em testes na Itália.