Rio 2016

Em dia de derrotas, seleção feminina perde aplaudida no Maracanã

Nos pênaltis, time de Marta é eliminado pela Suécia e vai disputar bronze. Handebol feminino, vôlei de praia, polo aquático e vela perdem. Canoagem leva a prata e boxe luta por ouro logo mais

Andressinha leva as mãos à cabeça após perder pênalti contra a Suécia <span>(Eduardo Knapp/Folhapress)</span>Esperança de medalha acabou diante da Arena do Futuro lotada <span>(Willian Lucas/ Inovafoto)</span>Isaquias disputou contra alemão bicampeão olímpico e ficou com a prata <span>(Ministério do Esporte)</span>

São Paulo – A tarde do 11º dia de Jogos Olímpicos pode ser definida como a mais triste até então para o país sede. Foram três eliminações inesperadas em fases decisivas dos torneios de futebol, vôlei de praia e handebol, ambos femininos e favoritos. Outra baixa na equipe das atletas brasileiras foi no atletismo: Fabiana Murer, esperança no salto com vara, anunciou aposentadoria após ser a última colocada na fase classificatória, ficando de fora da disputa pelo pódio. Derrotas ainda no polo aquático e vela.

O Maracanã foi palco do fim do sonho da medalha dourada inédita para o futebol feminino brasileiro. Após passar pela primeira fase invicta, a seleção enfrentou a Austrália nas quartas de final. A vitória foi dramática, nos pênaltis. A goleira brasileira até repetiu a boa atuação, defendeu um pênalti contra a Suécia, mas não foi suficiente.

Na primeira fase, o Brasil bateu o time sueco por 5 a 1. Mas o placar elástico não se repetiu nesta tarde. A retranca nórdica anulou o ataque canarinho, que sem conseguir converter, acabou levando o jogo para a disputa por penalidades. A goleira sueca pegou as cobranças de Cristiane, que vinda de lesão só entrou na prorrogação, e de Andressinha. A goleira Bárbara ainda conseguiu defender uma. Mas, por fim, as visitantes fizeram 4 a 3 e vão para a final contra a Alemanha.

A derrota silenciou a torcida que apoiou o time durante o tempo todo. Marta e Andressinha desabaram em lágrimas. Em resposta, o público aplaudiu efusivamente as jogadoras, que mostraram vontade e dominaram a partida, com 70% da posse de bola. Agora, a equipe brasileira disputa a medalha de bronze contra as seleção do Canadá, em jogo marcado para sexta-feira (19) no Mineirão, em Belo Horizonte.

O time masculino de handebol perdeu para a Holanda nas quartas de final por 32 a 23 e está fora da disputa pelo ouro inédito. Diante de bom público na Arena do Futuro, a seleção veio como uma das favoritas ao fechar a primeira fase como líder do grupo. As adversárias, que só haviam vencido um das cinco partidas da primeira fase, foram para o intervalo com vantagem de um gol, diferença que foi ampliada no segundo período, com atuação fraca do ataque brasileiro.

No masculino, Alisson e Bruno Schmidt conseguiram passar à quarta final consecutiva em Jogos ao vencer a dupla holandesa Alexander Brouwer e Robert Meeuwsen por 2 sets a 1. Depois de vencer um primeiro set com relativa tranquilidade (21/17), os brasileiros perderam o segundo em virada holandesa nos pontos finais (21/23), mas conseguiram, no sufoco, levar a melhor no tie break (16/14). E vão disputar o ouro com os vencedores entre os italianos Nicolai e Lupo e os russos Semenov e Krasilnikov, que fazem a outra semifinal.

No vôlei de praia, a esperança brasileira de dobradinha feminina nos postos mais altos do pódio olímpico se desmanchou nas areias de Copacabana. Larissa e Talita não fizeram boa apresentação perderam para as alemãs Laura e Kira. As adversárias das vencedoras na final devem ser definidas em confronto entre outra dupla brasileira, Ágatha e Bárbara, que enfrentam às 23h59 as norte-americanas Ross e Walsh.

O atleta brasileiro Robert Scheidt também deu adeus aos Jogos sem subir no pódio. O dono de cinco medalhas olímpicas, sendo duas douradas, venceu a última etapa da classe Lazer, mas ficou em quarto na classificação geral. Outra eliminação veio no polo aquático masculino. Após saírem invictos da primeira fase, perderam nas quartas de final para a Croácia por 10 a 6.

Alento

Apesar das derrotas, o dia começou com uma medalha inédita para o Brasil. Isaquias Queiroz, com apenas 22 anos, conquistou a prata na canoagem, modalidade C1 1.000 metros. O brasileiro apresentou bom ritmo na disputa contra o alemão Sebastian Brendel, que se firmou como bicampeão olímpico. “Foi a melhor corrida da minha vida. O brasileiro foi muito duro, foi intensa a competição”, disse o vencedor.

Isaquias segue na disputa olímpica e pode se tornar o primeiro brasileiro a conquistar três medalhas em apenas uma edição dos Jogos. Nos próximos dias, o atleta compete em provas menos exaustivas, com menor percurso e dificuldade, como a de hoje, a C1 200 e a C2 1.000. A medalha coroa os bons resultados obtidos por Isaquias nos últimos anos, em que conquistou medalhas nos últimos três campeonatos mundiais de canoagem.

Segue o jogo

Isaquias segue na briga por mais duas medalhas, a seleção feminina de futebol segue em busca do bronze, mesmo cenário da dupla derrotada no vôlei de praia nesta tarde; esporte que ainda pode garantir outra medalha olímpica. A dupla masculina Alisson e Bruno jogam hoje, às 17h, contra dupla holandesa, para chegar à final do torneio e brigar pelo ouro.

No boxe, o pugilista Robson Conceição vem apresentando ótimos resultados e já tem a prata garantida na categoria até 60 quilos. Hoje, às 19h15, o brasileiro encara Sofiane Oumiha para tentar o primeiro ouro olímpico do país no esporte.

A grande esperança nos esportes coletivos do Brasil repousa nos atletas do vôlei. Ontem, os meninos comandados por Bernardinho avançaram para a fase eliminatória. Hoje, as meninas comandadas por José Roberto jogam partida válida pelas quartas de final, contra a China, às 22h15. O time vem imbatível, não perdeu nenhum set ainda no torneio. Vontade não falta, e a torcida tem ajudado bastante as brasileiras a se tornarem tricampeãs olímpicas.

Leia também

Últimas notícias