Após polêmica do ‘chute’, comissão aprova lei da Copa em segunda votação

Líder do governo acredita que projeto poderá ser votado ainda amanhã no plenário da Câmara

Vicente Candido, relator do projeto (à esq.), e o presidente da comissão, Renan Filho: aprovação a toque de caixa (Foto: Diogo Xavier/Agência Câmara)

São Paulo – Depois de uma votação que não valeu, na semana passada, e muito bate-boca entre representantes do governo e da Federação Internacional de Futebol (Fifa), a comissão especial da Câmara dos Deputados aprovou hoje (6) o texto-base da Lei Geral da Copa (Projeto de Lei 2.330, de 2011). Também foi aprovada a permissão de venda de bebidas alcoólicas durante os jogos da Copa do Mundo de 2014, um dos itens mais polêmicos. O texto seguirá para o plenário. O líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que a votação poderá ser realizada amanhã (7).

A aprovação a toque de caixa vem a reboque de uma controvérsia provocada após declaração do secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke, que causou reações no governo brasileiro. Ele enviou carta ao ministro do Esporte, Aldo Rebelo, dizendo ter sido mal interpretado – segundo ele, devido a uma má tradução de uma expressão em francês. Mas jornalistas presentes ao evento do qual Valcke participou disseram que a frase foi pronunciada em inglês. E poderia, como foi, ser traduzida como “chute no traseiro”, recomendação dada pelo cartola ao governo brasileiro, por causa da lentidão nos preparativos para a Copa.

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, também enviou um pedido de desculpas ao governo, citando a presidenta Dilma Rousseff. Mas embutiu cobranças na mensagem, ao dizer que os conflitos não devem permitir que se perca tempo. “Em vez disso, trabalhemos juntos para construir algo maior, como prometido pelo presidente Lula em seu mandato”, acrescentou Blatter, incluindo ainda o ex-presidente na mensagem. Ele disse que espera se reunir com Dilma e Rebelo na semana que vem.

Na Câmara, o relator do projeto, deputado Vicente Candido (PT-SP), lamentou que o tema bebidas alcoólicas tenha tomado tanto tempo nas discussões. Ele argumentou que o consumo é proibido em apenas sete estados que serão sede da Copa, e que o Estatuto do Torcedor não é claro a respeito. Já a deputada Carmem Zanotto (PPS-SC) disse que a decisão manda uma “mensagem errada” sobre o tema e poderá levar à liberação nos campeonatos nacionais. No total, foram oito votos a favor e três contra a liberação de bebidas alcoólicas.

A votação na comissão especial teve de ser refeita, após a aprovação do texto-base na semana passada. Como a sessão coincidiu durante alguns minutos com a do plenário, o que é proibido pelo regimento interno, houve a decisão de se refazer o processo para evitar questionamentos jurídicos.

 

Com informações da Agência Câmara e do G1

 

 

 

 

 

 

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