A presidenta, o cartola e o bombeiro tentam acertar o pé para a Copa

Dilma recebe o presidente da Fifa para aparar arestas sobre a organização do campeonato mundial. Pelé disse que foi 'apagar fogueiras'

Pelé, Blatter, Dilma, Rebelo e Ronaldo no Planalto: sorrisos após crise e discurso sobre trabalho conjunto (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

São Paulo – Depois das turbulências provocadas pelo fim da era Ricardo Teixeira na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e pela declaração do secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, recomendando um “chute no traseiro” do Brasil, uma reunião hoje (16) tentou acertar os ponteiros – e a pontaria – para a organização da Copa de 2014. A presidenta Dilma Rousseff recebeu no Palácio do Planalto o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sob clima ainda conturbado pela demora na aprovação da Lei Geral da Copa. O cartola declarou, após mais de uma hora de reunião, ter recebido a garantia do governo de que “todos os compromissos do país com a Fifa serão entregues para a Copa”. Presente ao encontro, o ex-jogador e ex-ministro Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, “embaixador da Copa, se autodenominou “bombeiro”, para apagar eventuais chamas causadas pelo desgaste na relação entre o Brasil e a entidade.

Blatter deu à presidenta uma fotografia na qual aparecem os dois ao lado de Pelé. Depois do encontro, declarou que Valcke continua trabalhando para a Fifa e que a polêmica dele com o governo brasileiro é um assunto interno.

O ministro do Esporte – que chegou a pedir a destituição de Valcke como interlocutor – enfatizou a preocupação de realizar um trabalho conjunto nos 28 meses restantes para o início da Copa. “A reunião foi construtiva, de trabalho, de reafirmação do objetivo comum com a Fifa de realizarmos uma grande Copa. O governo pretende trabalhar em harmonia e cooperação”, declarou. Representando o Comitê Organizador Local (COL) do torneio, estava o ex-jogador Ronaldo Nazário. Blatter elogiou a presença de Pelé, disse estar feliz com a presença de Ronaldo, mas afirmou que “a pessoa mais importante nessa jornada” será Rebelo.

“Estou aqui para apagar as fogueiras, e é isso que estou fazendo”, disse Pelé. “Acho que daqui para a frente nós vamos caminhar em harmonia, sem nenhuma confusão, e tenho certeza de que vamos ter a melhor Copa de todos os tempos.”

A Câmara deve votar a Lei Geral da Copa (Projeto de Lei 2.330, de 2011) na semana que vem, após novo adiamento nesta semana. O ponto mais polêmico é o da venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante a Copa. O relator do projeto, deputado Vicente Candido (PT-SP), incluiu o item no texto. Posteriormente, líderes da base aliada decidiram retirar o tema, levando o Ministério do Esporte a declarar que a liberação fazia parte das garantias brasileiras, assumidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para a realização do campeonato mundial no Brasil.

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