Morumbi é cortado da Copa do Mundo de 2014

Maracanã fecha para se preparar para a sua segunda Copa do Mundo. O governo do estado de São Paulo e a prefeitura de São Paulo descartaram o uso de dinheiro público para a construção de um novo estádio

Comunicado alerta que novo projeto foi apresentado fora do prazo (Foto: Arquivo/Reuters)

São Paulo – O estádio do Morumbi foi cortado nesta quarta-feira (16) da Copa do Mundo de 2014 realizada no Brasil. O motivo para a decisão foi a falta de garantias financeiras para realizar o projeto de reforma aprovado pela Fifa, informaram o comitê organizador do Mundial e a entidade que comanda o esporte.

O estádio do São Paulo Futebol Clube teve um projeto aprovado para realizar jogos até as semifinais do Mundial que teria um custo em torno de R$ 600 milhões, de acordo com o comitê organizador da Copa, mas não apresentou a viabilidade financeira para realizar as obras, segundo comunicado conjunto do comitê organizador e da Fifa.

No lugar da garantia financeira, o comitê local da cidade de São Paulo apresentou um novo projeto, de custo menor, que no entanto “não será examinado” pela Fifa por estar fora do prazo, de acordo com a nota.

“Sendo assim, fica excluído do projeto da Copa do Mundo de 2014 o Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi,” afirmou o comunicado.

O chefe de comunicação do comitê organizador da Copa de 2014, Rodrigo Paiva, disse à Reuters que ainda nesta quarta-feira (16) haverá um outro comunicado a respeito da participação da cidade de São Paulo no Mundial.

Sem dinheiro público

Um outro estádio pode ser indicado para substituir o Morumbi, ou a cidade pode ficar de fora da competição. O governo do estado de São Paulo e a prefeitura da capital, porém, descartaram o uso de dinheiro público para a construção de um novo estádio.

Por meio de nota à imprensa, o governo e a prefeitura afirmaram que os “investimentos públicos serão canalizados para obras e intervenções permanentes, como a construção de linhas de metrô e a melhoria do sistema viário e do transporte público”. Apesar disso, ambos disseram ter confiança de que a “cidade de São Paulo será uma das sedes da Copa de 2014”.

Segundo a CBF, a exclusão do Morumbi da Copa de 2014 se deu porque o dono do estádio, o São Paulo Futebol Clube, e o Comitê da Cidade de São Paulo não entregaram ao Comitê Organizador Local (COL) as garantias financeiras referentes ao projeto aprovado pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) no dia 14 de maio. “O Comitê da Cidade de São Paulo enviou recentemente ao COL um sexto projeto, que não será examinado por ter sido entregue fora do prazo estabelecido”, diz a nota da CBF.

Na última segunda-feira (14), o governo de São Paulo anunciou que havia enviado ao COL um projeto de adequação do Morumbi e que a obra seria feita com fontes privadas de financiamento. O São Paulo, no mesmo dia, informou que o clube poderia arcar com um projeto no valor de R$ 265,4 milhões. Mas era um projeto diferente e bem mais modesto do que o que havia sido apresentado e aprovado por uma comissão da Fifa em maio e sobre o qual o São Paulo deveria ter dado as garantias financeiras.

Maracanã

Ainda nesta quarta, o Estádio Jornalista Mário Filho, conhecido como Maracanã, fechou as portas. Ao completar 60 anos, o templo do futebol prepara-se para uma reforma de dois anos que o modernizará para a sua segunda Copa do Mundo.

O Maracanã, inaugurado na Copa de 1950, foi durante muitos anos o maior estádio de futebol do mundo, chegando a receber um público de 200 mil pessoas na partida final do Mundial de 1950, quando a seleção brasileira perdeu de 2 a 1 para o time uruguaio.

Com o passar dos anos, o Maracanã deixou de ser um estádio exclusivo para competições de futebol e se transformou numa arena multiuso, recebendo shows de artistas famosos, como de Frank Sinatra, Michael Jackson e Madona, e eventos religiosos. Por questão de segurança, o estádio também teve sua capacidade de público reduzida. Atualmente o limite é de 85 mil pessoas.

A obra de reforma do Maracanã para a Copa de 2014, orçada em R$ 600 milhões, tem sido contestada por representantes de torcidas organizadas e pelo pesquisador Christopher Gaffney, professor visitante da Universidade Federal Fluminense (UFF). Eles acreditam que o estádio será “elitizado” porque os preços dos ingressos devem subir e as torcidas organizadas terão atuação limitada.

A licitação para reforma do “Maraca”, como o carioca gosta de chamar o Maracanã, está marcada para o próximo dia 5 de julho, com a previsão de início das obras em agosto. A reforma do estádio prevê a construção de mais camarotes, passando de 88 para 110, a instalação de rampas, de escadas rolantes, de uma nova cobertura para proteger os torcedores da chuva e o aumento do espaço entre as cadeiras da arquibancada, que terão encostos.

Com informações da Reuters e da Agência Brasil