segunda tragédia

Cortes na Educação colocam em risco restauração de peças no Museu Nacional

Diretor pede R$ 1 para 'poder respirar' e dar continuidade ao trabalho de escavação nos escombros do incêndio. O museu apresentou 27 peças da coleção egípcia que foram resgatadas

Reprodução/TVT

Obras de contenção estão quase prontas e verbas para restauração da fachada e telhado vieram de emenda parlamentar

São Paulo – O trabalho de recuperação e restauração de peças do acervo do Museu Nacional, após incêndio ocorrido em setembro do ano passado, está em risco devido aos cortes na Educação determinados pelo governo Bolsonaro. “Emergencialmente precisamos de R$ 1 milhão para poder respirar”, diz o diretor Alexander Kellner.

Esse recurso emergencial é para a compra de dez contêineres para armazenar lotes de peças que foram resgatados dos destroços do incêndio. O mínimo ideal, segundo Kellner, seriam 40 contêineres, e a demanda tende a aumentar com o avanço dos esforços de restauração. 

De acordo com a diretoria do museu, o atual ministro da Educação, Abraham Weintraub, ainda não estabeleceu qualquer canal de diálogo ou destinou recursos para as obras ou recuperação. “Nós chegamos ao nosso limite. Nós não vamos conseguir continuar essa atividade bacana que estamos vendo aqui sem ajuda”, disse o diretor em entrevista coletiva acompanhada pela repórter Viviane Nascimento, para o Seu Jornal, da TVT.

Nesta terça-feira (7), o Museu Nacional apresentou 27 peças de uma coleção egípcia que tem, ao todo, 700 itens, iniciada pelo imperador D. Pedro II no século 19. No material resgatado estão os amuletos da sacerdotisa e cantora Sha-amun-em-su, cujo caixão nunca havia sido aberto em 2700 anos. 

Os trabalhos de pesquisa realizados ao longo de décadas no acervo do museu foram essenciais para o resgate dessas peças. A tumba da sacerdotisa, por exemplo, já havia passado por uma tomografia.

“A gente sabia o que havia dentro do caixão graças à tomografia. Com ela, a gente conseguiu tirar e recuperar os amuletos, sabendo exatamente o que estava procurando. Boa parte da coleção está tomografada ou digitalizada com escaneamento 3D. Isso ajuda muito o processo de escavação, tanto quanto o processo de restauro das peças”, diz o arqueólogo Pedro Luiz Von Seeahausen.

Assista à reportagem do Seu Jornal, da TVT