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Filme ‘Sequestro Relâmpago’ traz reflexões sobre privilégios e desigualdade

Suspense da diretora Tata Amaral, baseado em uma história real, tem Marina Ruy Barbosa, Sidney Santiago Kuanza e Daniel Rocha no elenco

divulgação

Sidnei Santiago, a diretora Tata Amaral, Marina Ruy Barbosa e Daniel Rocha: narrativa social e política

São Paulo – Em cartaz desde quinta-feira (22), o filme Sequestro Relâmpago, da diretora Tata Amaral, é um suspense, mas não só. A ideia é ir além da história em si, baseada em fatos reais, e trazer a partir do conflito entre os personagens reflexões sobre a questão do reconhecimento dos privilégios e da desigualdade como um dos fatores que explica a violência no Brasil.

No longa, Isabel (Marina Ruy Barbosa) é alvo de um sequestro ao chegar em seu carro e conduzida para sacar dinheiro em um caixa eletrônico. Como o horário possível para realização de saques já havia passado, Matheus (Sidney Santiago Kuanza) e “Japonês” (Daniel Rocha), que se juntaram apenas para realizar o crime, decidem prolongar a situação.

Tata Amaral, que também assina o roteiro com Marton Olympio e Henrique Pinto, conta no programa Bom para Todos, da TVT,  que uma amiga apresentou a ela uma história que “daria um filme”. Quatro anos depois, o resultado chegou às telas. A diretora fala a respeito da questão da tomada de consciência social, representada pela protagonista Isabel. 

“Eu me identifico muito com um aspecto dessa personagem (Isabel). Acredito que nós somos iguais, e a partir de um determinado momento me dei conta de que, apesar de sermos iguais, as distâncias geográficas, econômicas, culturais, principalmente no caso do Brasil, fazem com que a gente tenha que compreender os privilégios”, conta Tata.  “Por exemplo, eu, que sempre me considerei uma pessoa de classe média baixa, já que minha mãe era professora primária e meu pai corretor de imóveis, sempre meio duro, demorei pra compreender que mesmo com essas condições e tendo que dar duro, sou privilegiada perante as pessoas que vivem na periferia, os negros, indígenas. Acho que a tomada de consciência dessa menina nessa situação é o processo pelo qual passei há muitos anos, de entender minha existência como privilegiada.”

No programa, a diretora também falou sobre o trabalho com os atores, mais adaptados a trabalhos em televisão. “O tipo de interpretação que a novela exige é diferente do cinema e passa pelo texto e encenação”, aponta. “A Marina (Ruy Barbosa) e o Daniel (Rocha) são muito interessantes em novelas, mas no cinema eu precisava trabalhar com uma profundidade dos personagens que a televisão, muitas vezes pela sua extensão e natureza, não permite. Foi  muito legal porque a Marina e todos eles se dispuseram a fazer testes para que eu pudesse avaliá-los em um outro terreno, porque não bastava só vê-los com o material que tinha de novela. E foi por meio desses testes e contatos que escolhi a Marina, o Daniel e o Sidney.”

Confira abaixo o Bom para Todos com Tata Amaral

Em São Paulo, o filme está em cartaz nas salas Kinoplex (Itaim, Vila Olímpia e Osasco) e UCI (Jardim Sul e Santana Parque Shopping)

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