‘Trama Internacional’ cria suspense inspirado na crise

Com Clive Owen e Naomi Watts vão desvendar uma complicada conspiração envolvendo executivos europeus

Atores Clive Owen e Naomi Watts na estreia de “Trama Internacional” em Nova York (Foto: Reuters/Stephen Chernin)

São Paulo – O suspense “Trama Internacional”, estreando em circuito nacional, tem ambições maiores do que o simples entretenimento. Dirigido pelo alemão Tom Tykwer (“Paraíso”), a partir de um roteiro do estreante Eric Singer, pretende ser um comentário sobre o estado das coisas num mundo mergulhado na crise econômica.

Tykwer ficou famoso no final dos anos de 1990, com “Corra, Lola, Corra”, tornando-se uma sensação do cinema alemão – que andava meio apagado.

Uma década e quatro longas depois (entre eles, “O Perfume”, 2006), o diretor deixou de lado os traços autorais de sua estreia, “Inverno Quente” (1997), partindo para filmes de olho num grande público internacional.

O roteirista Eric Singer inspirou-se no caso de um banco paquistanês que, de 1970 a 1991, especializou-se em lavagem de dinheiro, compra de armas e financiamento de rebeldes, mercenários e terroristas pelo mundo. No enredo de “Trama Internacional”, o banco em questão tem sua matriz em Luxemburgo e funcionários especializados em compra de armas, inclusive mísseis.

Louis Salinger (Clive Owen, de “Duplicidade”), agente da Interpol, vê um colega ser assassinado na sua frente em Berlim, depois de desvendar uma transação de um sistema de mísseis guiados, envolvendo chineses e figurões europeus.
Coloca-se ao lado de Salinger a promotora norte-americana Eleanor Whitman (Naomi Watts, de “Violência Gratuita”).

Juntos, tentarão desvendar não apenas a morte do outro agente, mas uma complicada conspiração envolvendo executivos europeus e muito dinheiro – que culmina no assassinato em praça pública de um importante político italiano. O crime também traz a marca do grande vilão do filme, o banco internacional que usa os seus investimentos de formas escusas.

Dado o potencial de nitroglicerina estabelecido pelo tema, é decepcionante ver como o jogo de intrigas inicial dissolve-se facilmente em tiroteios e a perseguições sem dar aos personagens e atores – especialmente uma subaproveitada Naomi Watts – a oportunidade de crescer na história.

A cena do tiroteio no museu é um divisor de águas no filme, que até então tenta se esconder sob uma máscara de um filme mais sofisticado.

O que mais fica na memória ao final da projeção é justamente esse tiroteio nas famosas rampas do Museu Guggenheim, em Manhattan. Um caos orquestrado de quase 15 minutos, com tensão e resultado explosivo. A cena foi rodada numa réplica da instituição, construída num galpão ferroviário na Alemanha.

Fonte: Reuters

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