Sem discriminação

‘Professor tem que ser generoso com todo mundo’, diz Haddad

Candidato do PT afirmou que pretende governar para todos, sem deixar desempregados e desalentados para trás

Divulgação

Haddad e sua mulher, Ana Estela, são professores universitários: “Você se doa para que as pessoas aprendam”

São Paulo – O candidato a presidente Fernando Haddad (PT) disse nesta segunda-feira (15) que pretende governar para todos, caso seja eleito, assim como faz um professor em sala de aula. “Quando você entra numa sala de aula, você não pergunta se o sujeito é corintiano, se torce para o Bahia, é muçulmano ou evangélico, ateu, cristão ou judeu, se é preto ou é branco. Você se doa para que as pessoas aprendam e se desenvolvam”, afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, da Bahia, hoje, Dia do Professor.

Haddad, que disputa o segundo turno das eleições 2018 com Jair Bolsonaro (PSL), disse que, assim como o professor dedica mais atenção aos alunos com dificuldade, para que não fiquem “para trás”, no seu governo vai dar mais atenção àqueles que estão à procura de emprego, e aos “desalentados” – a parcela da população que, vencida pelas dificuldades e pelo desânimo, já deixaram de procurar uma colocação no mercado de trabalho. 

“Na democracia, um chefe de Estado não pode olhar cor, gênero. Tem que abraçar todas as pessoas e cuidar daqueles que estão em situação de maior preocupação. Assim como, numa sala de aula, você dá atenção para aquele aluno que não está acompanhando, justamente para que ele não fique para trás, um chefe de Estado tem que olhar para todos, mas também para aquele que está ficando para trás”, afirmou o candidato.

Ele destacou sua passagem como ministro da Educação durante o governo Lula. “Talvez eu tenha sido o ministro que mais ampliou oportunidades educacionais da história desse país. Abri as portas da universidade para os jovens trabalhadores, abri as portas das creches para mães com filhos pequenos.”

Haddad afirmou que a violência, a intolerância e um regime sem democracia “não vão nos levar a lugar nenhum”, e voltou a criticar o adversário por declarações preconceituosas. Segundo ele, Bolsonaro é “uma bomba-relógio” que tem que ser desarmada em 14 dias. 

“Está na boca dele o preconceito. Como contra Dom Paulo Evaristo Arns, que foi um dos maiores cardeais do Brasil, que ele chamou de picareta e vagabundo. Ele falou que o filho dele jamais se casaria com uma negra porque ele assim educou. Se os baianos analisarem as coisas que ele diz, não tem um que vai votar nesse ‘cabra’. Não tem como. Um dos piores parlamentares da história, 28 anos sem fazer nada“, afirmou Haddad.

Rádio Bandeirantes

Já em entrevista ao programa Jornal Gente, da Rádio Bandeirantes, de São Paulo, o candidato à Presidência pelo PT falou sobre um possível apoio do filósofo e escritor Mario Sergio Cortella e do ex-ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa. “Eu estive com Joaquim, em Brasília, tenho o respeito dele. Não há problema de conversar sobre medidas que meu governo deverá tomar no combate à corrupção. Com o Cortella, sou amigo dele há anos. Antes mesmo de ser candidato, eu sugeri para ele ocupar o Ministério da Educação. Quero montar uma equipe com as melhores opções”, explicou.

Haddad reafirmou que nunca promoveu a violência e criticou ações da imprensa brasileira com o objetivo de mostrar Bolsonaro como mais “humano”. “Eu nunca disse que é ‘hora de metralhar bolsonarista,’ como ele falou no Acre. Você nunca vai ouvir eu dizer que ‘meu filho não casaria com uma negra porque é bem educado. Eu sou professor, não um capitão expulso do exército, como ele é”, criticou.

Além disso, o ex-prefeito foi provocado a – novamente – fazer uma autocrítica do partido,  em relação a erros que teriam sido cometidos pelos governos petistas e que teriam resultado na crise atual. “De 2003 a 2012 a condução da política econômica foi muito boa, criamos 20 milhões de postos de trabalho. Eu fiz críticas ao período a partir de 2013, como as desonerações de setores econômicos. Porém, a partir de 2015, fomos prejudicados pela sabotagem [política] da oposição”, lembrou.

Confira a entrevista:

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