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Pesquisa revela como funcionam grupos no Whatsapp que fazem campanha para Bolsonaro

Segundo o professor da Universidade Federal Fluminense Viktor Chagas, grupos existem no mínimo desde 2015, e debate virtual obedece uma lógica hierárquica e piramidal para disseminação de 'fake news'

Fernanda Carvalho/ Fotos Publicas

Notícias falsas repercutem primeiro nacionalmente para depois chegar à nível regional, local, até alcançar os grupos privados

São Paulo – Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Fluminense (UFF) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD) divulgou resultados preliminares de um estudo que monitora o modo de organização de mais de 90 grupos conservadores pró-Bolsonaro no Whatsapp. De acordo com o levantamento, os grupos públicos são organizados e interconectados e atuam por meio de uma lógica de rede hierárquica e piramidal.

Este modelo de campanha utilizado pelos apoiadores do candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem permitido que grupos de diferentes perfis procedam de forma complementar, iniciando a disseminação de notícias falsas em nível nacional e afunilando para local até atingir os grupos privados, segundo detalha o professor e pesquisador do grupo Colab e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da UFF, Viktor Chagas, em entrevista à repórter Beatriz Drague Ramos, da Rádio Brasil Atual.

A denúncia quanto ao envolvimento de empresas na doação de recursos ilegais para o disparo de mensagens contra o PT e o seu candidato Fernando Haddad, somam-se também à opacidade do desenvolvimento da campanha no Whatsapp, pela falta de informações sobre a origem das postagens e a grande presença de números estrangeiros, que respondem a uma em cada 30 mensagens, de acordo o pesquisador.

“A gente tem sim que buscar desenvolver mecanismos de garantia de transparência a esse modelo de circulação de informação”, defende Chagas, que estima que as ações virtuais e a mobilização ocorram desde 2015.

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