BALANÇO

Perto de 30 milhões de pessoas se abstiveram de votar, diz TSE

Segundo a presidenta, ministra Rosa Weber, resultado mostrou que pleito foi “sereno, tranquilo e transparente”

Fábio Pozzebom EBC/Reprodução

Somando abstenções, votos brancos e nulos o total representa perto de 40% dos eleitores

Brasília – Quando divulgou oficialmente o resultado das eleições com o segundo turno dos candidatos Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL), por volta das 22h, e fez um balanço das eleições em todo o país, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, disse que estava satisfeita porque o pleito tinha sido, a seu ver, uma “festa da democracia”. Segundo a magistrada, os cuidados adotados, assim como a conduta da maioria dos brasileiros, permitiram a realização de eleições com poucos atropelos e “dentro da normalidade”.

De acordo com o TSE, foram computados, no total, 107,3 milhões de votos válidos. Conforme esse balanço, 29,7 milhões de pessoas não compareceram para votar. Outros 3 milhões votaram em branco. Somando abstenções, votos brancos e nulos o total representa perto de 40% dos eleitores.

Outros dados divulgados pelo TSE foram de que, no geral, foram registrados 147,3 milhões de eleitores (isso considerando votos válidos, brancos e nulos), 454,4 mil urnas de votação, 4 mil urnas de recepção de justificativa e  67,3 mil urnas de contingência – ou seja, as que foram preparadas para serem instaladas em substituição às que apresentassem problemas. 

Os dados do tribunal indicam também que apenas  1,6% desse total de urnas foram substituídas. E somente em um município brasileiro foi realizada votação nominal: o de Três Coroas, no Rio Grande do Sul.

Fake news

“As eleições foram limpas, serenas e transparentes”, disse Rosa Weber, ao elogiar o trabalho dos servidores da Justiça eleitoral, que conseguiram permitir uma apuração célere dos votos.

Segundo ainda a presidente do TSE, como forma de garantir a segurança do pleito, foram enviadas forças de segurança para reforçar a segurança das eleições em 513 localidades em 11 estados.

Já o ministro da Segurança, Raul Jungmann, afirmou que o combate às fake news (notícias falsas) continuará no segundo turno – ele considera que foi positivo ao longo do pleito. Mas reconheceu ter sido surpreendido com o tom das notícias veiculadas ao longo do dia. “Estávamos focando e esperando o surgimento de notícias falsas que ofendessem a honra dos candidatos, mas deparamos com notícias que tentavam repassar a informação errada de fraudes ou acontecimentos na urna”, contou.

Foram observados três casos graves que estão sendo investigados, divulgados pelas redes sociais. Num destes, um dos filhos de Jair Bolsonaro denunciou informação recebida de eleitores sobre uma urna que estava sendo alvo de denúncias por apresentar o resultado já pronto, antes do início das votações, em favor do candidato petista, Fernando Haddad. O que foi logo apurado, esclarecido e desmentido pela Justiça Eleitoral.

Em outro momento, uma eleitora afirmou nas redes sociais que quando chegou na parte da votação para presidente a urna tinha travado. A seção foi investigada e não foi constatada veracidade na informação, mas mesmo assim a urna eletrônica foi substituída. O terceiro caso foi de um eleitor que teria entrado com uma arma dentro da seção e sido fotografado digitando os votos com o cabo da arma. O que, segundo Jungmann, ainda está sendo investigado.

“As fake news são um fenômeno mundial e não seríamos nós que estaríamos imunes, mas estamos investigando tudo. O TSE vai atuar a partir de impugnações formais”, disse também Rosa Weber, ao mencionar o tema.