reta final

PDT libera candidatos pró-Bolsonaro, e artistas cobram Ciro Gomes

Circula na internet um vídeo no qual artistas exigem um posicionamento firme de Ciro Gomes. 'A gente está ou não está junto pela democracia?', cobrou a atriz Samara Felippo

Valter Campanato/ABr

Artistas que no primeiro turno votaram em Ciro Gomes cobram que ele retorne de viagem e faça manifestação clara sobre segundo turno: “Se posiciona, Ciro Gomes!”

São Paulo – Circula na internet um vídeo no qual personalidades do mundo cultural e artístico que votaram em Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno cobram um posicionamento firme dele no segundo, em apoio a Fernando Haddad (PT) contra Jair Bolsonaro (PSL). Osmar Prado, Beth Carvalho, Igor Angelkorte, Edgard Scandurra e Zélia Duncan se manifestam. “A gente está ou não está junto pela democracia?”, cobrou a atriz Samara Felippo.

A assessoria do PDT afirma que não tem informação sobre Ciro, porque não tem comunicação com ele. Também não sabe informar sobre as movimentações desta sexta-feira (26), data da provável chegada do ex-candidato ao Brasil, segundo a colunista Mônica Bergamo. Ele deve desembarcar em Fortaleza, onde está sendo organizada uma “grande recepção” ao ex-candidato, ainda de acordo com a colunista.

Ciro, que teve cerca de 12% dos votos válidos, viajou a Paris logo após o primeiro turno e falou pouco. Uma das frases que disse a jornalistas antes de deixar o país foi “ele não”. Na segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, Haddad, mais uma vez, fez um aceno ao pedetista. “Espero que o Ciro dê um alô de onde estiver.”

No dia 10, três dias após o primeiro turno, o PDT anunciou, em nota, “apoio crítico” a Fernando Haddad (PT). “Não é hora de só olhar nossas divergências, é hora de olhar para o Brasil”, afirmou, na ocasião, o presidente da agremiação, Carlos Lupi. “Não vamos nos omitir. Vamos votar em Haddad para derrotar o autoritarismo”, acrescentou.

Para o professor Renan Quinalha, um movimento pró-Haddad será mais forte se figuras como o próprio Ciro e Fernando Henrique Cardoso (PSDB) se posicionarem de forma mais enfática. “Não tem como, nesse momento, assumir uma postura de neutralidade, indiferença, que não marque no debate público uma posição clara a favor da chapa Haddad e Manuela”, disse à Rádio Brasil Atual.

Em entrevista ao site Brasil247, o diretor do instituto Vox Populi, Marcos Coimbra, afirmou que um cenário provável neste momento é Haddad e Bolsonaro chegarem empatados nas pesquisas às vésperas da eleição. “Acredito que a tendência de queda de Bolsonaro e de pequena subida de Haddad pode nos levar a um empate cravado nas pesquisas do sábado (véspera da eleição).” 

Um apoio explícito do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também seria importante, segundo Coimbra. “FHC é uma referência importante para um eleitor conservador que está incomodado com Bolsonaro mas não descarta o voto nele; o apoio dele a Haddad pode decidir o voto dessa parcela do eleitorado.”

Sem punição a candidatos bolsonaristas

A comissão executiva do PDT decidiu não tomar nenhuma iniciativa, antes das eleições, a respeito dos três candidatos a governador pela legenda que disputam o segundo turno e declararam apoio a Jair Bolsonaro (PSL). Segundo a assessoria de comunicação da legenda, um eventual posicionamento posterior ainda não está definido e, até agora, não há nada conversado sobre o assunto. 

No Rio Grande do Norte, o pedetista Carlos Eduardo Alves disputa o governo com a senadora Fátima Bezerra (PT), que lidera as intenções de voto com 54% dos votos válidos contra 46% de seu adversário, segundo o Ibope.

No Amazonas, Wilson Lima (PSC) lidera com 65% dos votos válidos, ante 35% do pedetista e apoiador de Bolsonaro Amazonino Mendes, atual governador. Já em Mato Grosso do Sul, o pedetista Juiz Odilon, que também apoia Bolsonaro, com 47%, está perdendo a corrida para Reinaldo Azambuja (PSDB), que tem 53%.

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