Primeiro round

No ‘JN’, Haddad fala em ‘espírito desarmado para promover desenvolvimento’

Globo entrevista os dois candidatos que vão disputar as eleições presidenciais no segundo turno. Bolsonaro agradeceu lideranças evangélicas, agronegócio e Forças Armadas

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No JN, petista se pôs ao lado da social-democracia, do Estado de bem-estar social e da Constituição de 1988

São Paulo – Na primeira segunda-feira após o pleito que levou Fernando Haddad e Jair Bolsonaro ao segundo turno da eleição presidencial, o Jornal Nacional, da Rede Globo, fez uma entrevista de cerca de seis minutos com cada um dos candidatos. O primeiro a falar foi o petista.

Haddad saudou os eleitores que o levaram ao segundo turno e a possibilidade de poder discutir ideias e plano de governo. “Vamos poder confrontar apenas dois projetos, e vai ficar muito mais clara a você a natureza de cada um dos projetos. Nós do lado da social-democracia, do Estado de bem-estar social, que garante o direito do cidadão, do trabalhador, que cumpre a Constituição de 1988”, disse. Segundo ele, o projeto “visa a gerar empregos e oportunidades educacionais”.

Ele destacou o fato de estar há menos de um mês em campanha e ter conseguido 29% dos votos, o que significa aproximadamente 30 milhões de eleitores. Reafirmou que representa um ideário de “carteira de trabalho assinada numa mão e um livro na outra”.

Haddad defendeu “espírito desarmado para promover desenvolvimento com inclusão social”. “Desenvolvimento para poucos não é desenvolvimento”, disse.

O candidato do PT foi questionado pela apresentadora Renata Vasconcellos sobre sua posição de fazer reformas estruturais a partir de uma Assembleia Constituinte, não prevista na Constituição.

Respondeu que o posicionamento sobre o tema foi revisto pela coordenação da campanha, e que as reformas, caso seja eleito, serão feitas por emenda constitucional. A primeira reforma será a tributária. Justificou que o pobre paga proporcionalmente mais imposto do que o rico e reafirmou que seu eventual governo dará isenção de Imposto de Renda a quem ganha até cinco salários mínimos.

A segunda reforma seria a bancária, para diminuir a concentração de bancos no país. E a terceira emenda seria para revogar o teto de gastos instituído pelo governo Michel Temer, que congela investimentos estatais em saúde, educação e segurança por 20 anos.

Haddad também foi questionado a respeito de declarações do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, que, recentemente, declarou que “é uma questão de tempo para tomar o poder e vamos tomar, (o que é) diferente de ganhar uma eleição”.

O petista respondeu que Dirceu “não participa” da campanha e “não participará de meu governo”. Acrescentou que “a democracia está sempre em primeiro lugar”.

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Bolsanaro diz que seu candidato a vice foi infeliz em declarações

Bolsonaro

Em sua entrevista, o candidato do PSL agradeceu as lideranças que, segundo ele, são importantes na sua campanha: as lideranças evangélicas, o agronegócio, os agricultores, caminhoneiros, policiais civis e militares, integrantes das Forças Armadas, além da “família brasileira”. Ele também apelou para a questão moral dizendo que “a inocência da criança na sala de aula deve estar em primeiro lugar”.

Ardiloso, tomou a dianteira num ponto que passou despercebido por Haddad: o candidato da extrema-direita mencionou as “fake news” das quais disse ser vítima.

O que se sabe é que sua campanha foi a principal disseminadora de notícias falsas no primeiro turno, até agora não apuradas nem combatidas pelo Tribunal Superior Eleitoral.