Eleições 2018

Manuela D’Ávila critica reação da sociedade diante das ameaças de Bolsonaro

Candidata a vice na chapa de Fernando Haddad, deputada gaúcha é a convidada do programa 'Entre Vistas', na TVT

Luciano Velleda

Manuela diz que sempre defendeu a unidade do setor democrático do país diante da ameaça do “psicopata” Bolsonaro

São Paulo – No dia seguinte ao agressivo discurso de Jair Bolsonaro (PSL) transmitido na Avenida Paulista, prometendo “varrer do mapa os bandidos vermelhos”, Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata a vice na chapa de Fernando Haddad (PT), cobrou a ausência de perplexidade e reação da sociedade diante da ameaça. “Ele autoriza a violência cada vez que fala”, afirmou Manuela, durante o programa Entre Vistas, da TVT, que vai ao ar nesta terça-feira (23), às 22h.

“Acho que o clima de incendiar o país resultará numa escalada da violência”, disse, citando como exemplos recentes os assassinatos da vereadora Marielle Franco e do capoeirista Moa do Catendê, e a suástica feita à força com canivete no corpo de uma mulher em Porto Alegre. “Já aconteceu absolutamente tudo e nosso adversário segue levantando o fogo.”

Durante o programa, apresentado pelo jornalista Juca Kfouri, Manuela recordou o início de sua militância política na União da Juventude Socialista (UJS), com tinha por volta de 15 anos, o período de estudante nas faculdades de Jornalismo e Ciências Sociais, e o sonho de um dia ser professora. “Eu queria ser jornalista porque imaginava que se contasse as coisas, as pessoas automaticamente iriam querer mudar…depois me dei conta que não é assim”, ponderou, explicando que a partir dessa constatação decidiu se dedicar à militância política.

A proposta de Bolsonaro de cobrar mensalidade nas universidades públicas também foi abordada por ela, assim como o que entende ser um “falso nacionalismo” do candidato de extrema-direita e o perigo de perda da soberania na região amazônica. Um dos principais alvos da indústria de fake newsproduzida pela campanha de Bolsonaro, a deputada estadual gaúcha acredita que as notícias falsas e a incapacidade da justiça em dar resposta adequada, são um dos principais problemas da eleição de 2018.

“O problema não é o boato, o boato sempre existiu. O problema é o dinheiro sujo que financia a indústria da boataria”, afirmou. Para ela, desmentir as notícias falsas têm sido mais difícil do que a campanha propriamente dita.

Além de Juca Kfouri, o Entre Vistas tem a participação de Nayara Souza, presidenta da União Estadual dos Estudantes de São Paulo (UEE), e Maria das Neves, da União Brasileira de Mulheres (UBM).

Assista às 22h:

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