Plantão 48H

Campanha de Haddad cria central de combate às fake news espalhadas por Bolsonaro

Central conta com um número de Whatsapp para que boatos recebidos pelo eleitor sejam enviados à Justiça Eleitoral. Site desmente os principais absurdos postados pelos apoiadores de Bolsonaro

Reprodução/Brasil de Verdade

Site Brasil da Verdade desmonta as principais mentiras espalhadas por Bolsonaro

São Paulo – A campanha do candidato a presidente Fernando Haddad lançou neste sábado (27) a Central de Monitoramento e Combate a Fake News para responder à onda de notícias falsas, boatos e mentiras espalhados por Jair Bolsonaro (PSL) e seu apoiadores. 

As denúncias de fake news contra Haddad podem ser enviadas para a central através do Whatsapp, pelo número (11) 97402-8726. Uma equipe estará de plantão por 48 horas, durante todo o sábado e o domingo (28) para encaminhar à Justiça as informações falsas recebidas. 

No site Brasil da Verdade, o eleitor encontra as mentiras mais compartilhadas contra Haddad, com a devida checagem dos fatos e notícias que desmentem os absurdos alegados. Ali são desmascarados, por exemplo, boatos de que o candidato do PT teria dito que caberia ao governo decidir o gênero das crianças, ou que meninos e meninas ao completarem cinco anos de idade passariam a ser propriedade do Estado.

A gravidade do uso político das fake news mudou de patamar quando uma reportagem da Folha de S.Paulo desvendou esquema montado por empresários pró-Bolsonaro que teriam investido muito dinheiro para que milhões de mensagens falsas contra Haddad fossem distribuídas pelo Whatsapp.

Além do conteúdo calunioso das mensagens, a prática incorre em crime eleitoral, pois os valores gastos para beneficiar Bolsonaro não foram registrados como doação, configurando crime de caixa 2. A legislação eleitoral proíbe que empresas façam doações a candidatos, e também impede que as campanhas comprem bancos de dados de empresas para distribuir as fake news, como relatado pela reportagem. 

A fake news preferida de Bolsonaro e de seus apoiadores é o chamado “kit gay”, que Haddad teria distribuído aos alunos das escolas públicas quando foi ministro da Educação, com conteúdo impróprio para crianças de até seis anos. Por se tratar de uma comprovada mentira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que vídeos e postagens de Jair Bolsonaro que faziam referência ao tema fossem removidos da internet. O candidato, pouco afeito ao respeito às normas legais, ignorou a decisão da Justiça eleitoral e voltou a espalhar o boato.

Tratava-se, na verdade, de uma proposta que tramitou na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados e que propunha o desenvolvimento de material didático para combater a homofobia. O projeto contudo, foi suspenso e nunca avançou para um “kit”, e menos ainda foi distribuída nas escolas, como atestou o próprio Ministério da Educação em 2018, já durante a gestão Temer. Tampouco havia no material orientações que estimulasse a homossexualidade, como acusa o candidato da extrema-direita.

O caso inédito de divulgação em massa de mentiras e boatos por Bolsonaro e seus apoiadores para influenciar os rumos do processo eleitoral também repercutiu no exterior. Um senador chileno propôs nessa semana um projeto de lei, que leva o nome de Lei Bolsonaro, para que candidatos que fizerem uso de fake news contra adversários sejam destituídos. A chefe dos observadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) também chamou a atenção para o ineditismo do caso brasileiro e suas possíveis consequências para a democracia.

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