Segundo turno

Haddad: ‘O que Bolsonaro fez pelo Brasil nesse tempo todo?’

Candidato do PT mostra confiança na vitória: 'vamos ganhar porque temos o melhor legado e ele (Bolsonaro) representa tudo de ruim que está saindo dos porões'

Reprodução/CBN

Por trás do “soldadinho de araque” estão os “porões da ditadura”, criticou Haddad na CBN

São Paulo – O candidato a presidente Fernando Haddad (PT) afirmou nesta quarta-feira (24) que o país está indo “às cegas” para a votação do segundo turno das eleições 2018 porque o seu adversário, Jair Bolsonaro (PSL), foge dos debates. Segundo o candidato petista, seu adversário adota uma postura de “já ganhou” e discute com Temer quais são os ministros que pretende manter no seu governo em vez de discutir propostas com a população. Ele acredita na vitória no próximo domingo (28), citando o fato de a última pesquisa Ibope ter mostrado queda das intenções de voto do candidato do PSL e aumento na rejeição. 

“Se na próxima rodada de pesquisa a rejeição dele aumentar cinco (pontos) de novo, e a minha cair seis (pontos), ele vai perder a eleição”, afirmou Haddad durante sabatina na Rádio CBN. “Vamos virar essa eleição. Por várias razões: porque nós temos o melhor legado, e porque ele representa tudo de ruim que está saindo dos porões.”

“Ontem, ele falou que tem que acabar o ‘coitadismo’ de nordestinos, mulheres, negros e gays. Coitado é ele. O que ele fez pelo Brasil nesse tempo todo? Estamos a quatro dias de uma eleição sem saber o que ele fez pelo país em sete mandatos. Simplesmente porque ele não fez absolutamente nada“, criticou o candidato do PT. 

Haddad chamou Bolsonaro de “soldadinho de araque” porque, segundo ele, o capitão da reserva não coloca “medo em ninguém”. O que daria medo, segundo ele, são as forças políticas que sustentam o candidato. “Por trás dele tem os porões da ditadura, que falam mal do Congresso, falam mal do Supremo (STF), falam mal da imprensa. Ele falou que o Brasil não tinha que ter a Folha de S.Paulo, diz que o movimento social vai ser criminalizado, considerado terrorista. Ou seja, você vai sair na rua para protestar contra o governo dele e vai ser preso por terrorismo. Isso é democracia?”

Perguntado sobre mudanças no seu plano de governo, Haddad explicou que as alterações foram para dar mais transparência às propostas de modo a evitar que fossem distorcidas pelo adversário por meio das fake news – boatos e notícias falsas – enviadas por Whatsapp, conforme escândalo de Caixa 2 revelado pela Folha na semana passada. 

Ele afirmou que vai utilizar a Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizado para que as polícias locais possam reforçar o combate a crimes que afligem a população como homicídios, roubos e estupros. Ele também defendeu sua proposta de reforma bancária, que pretende cobrar mais impostos dos bancos que cobram juros mais altos, de forma a estimular a redução das taxas. Segundo Haddad, não é mais possível o país crescer economicamente sem enfrentar o “cartel dos bancos“.

Haddad também reafirmou que vai estabelecer um teto de R$ 49 para o gás de cozinha e disse que os caminhoneiros “têm poder de fogo muito grande”, e conseguiram baixar o preço do diesel com uma paralisação que “quase derrubou o governo Temer”. “Quem vai cuidar da dona de casa que está usando álcool ou cozinhando à lenha? Prometi e vou cumprir.”