eleição legislativa

Congresso brasileiro: ‘renovado’, fragmentado e ainda mais conservador

Levantamento do Diap mostra que 52% dos deputados vão cumprir primeiro mandato. Esquerda manteve sua bancada, centro diminuiu e os partidos de direita aumentaram sua presença

Luis Macedo/Câmara dos Deputados

As principais bancadas serão do PT, com 56 deputados (ante 61 da atual), do PSL, com 52, e do PP, com 37

São Paulo – O Congresso Nacional teve neste ano a sua maior renovação desde 1990, segundo o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap). Também está mais fragmentado – maior quantidade de partidos representados – e ainda mais conservador. Aumentou a presença de partidos de direita e diminuiu o chamado “centro”, enquanto a esquerda, minoritária, manteve sua base.

De acordo com o levantamento, das 513 cadeiras na Câmara, 269 (52%) serão de deputados que vão cumprir seu primeiro mandato. Mas 141 se elegeram “em função da relação de parentesco com políticos tradicionais, lideranças evangélicas, policiais linha dura ou celebridades”, diz o Diap. Na eleição anterior, em 2014, eram 240 novos.

As principais bancadas da Casa serão do PT, com 56 deputados (ante 61 da atual ban cada), do PSL, com 52, e do PP, com 37. A legenda que mais perdeu representação foi o MDB, que passou de 66 eleitos, em 2014, para 34, praticamente a metade. O PSDB foi de 54 para apenas 29.

À direita, os que mais cresceram foram o PSL, na “onda” bolsolnarista, de 8 para 52, e o PRB, do vice, de 21 para 30. Pela esquerda, destaque para Psol, dos atuais 6 para 10, e PSB, de 26 para 32.

A Câmara terá 30 partidos representados a partir de 1º de fevereiro, dos 35 com registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2014, eram 28. Vinte anos atrás, havia 20 legendas na Casa.

Mais de 80% dos deputados eleitos têm ensino superior, com predominância de profissionais liberais. Por profissão, há 133 empresários.

Mais de 75% se declaram brancos e mais de 20%, negros ou pardos. Foram eleitas 77 mulheres, 15% da Casa, ante 51 em 2014.

No Senado, eram 54 cadeiras em disputa – dois terços de um total de 81. Foram 32 que tentaram a reeleição e apenas oito que conseguiram. Assim, haverá 46 “novos” – pelo menos 40 nunca foram senadores e nove nunca ocuparam cargos públicos. A renovação foi de 85%.

O MDB tem 18 senadores, sendo 14 com mandato até o ano que vem e quatro até 2023. Elegeu sete. Sua futura bancada terá 11. O PSDB vai de 12 para oito e o PT, de nove para seis. 

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